Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O vale de Nozelos/Tinhela estende-se na margem direita do Calvo



O vale de Nozelos/Tinhela estende-se entre estas duas aldeias, na margem direita do Calvo. Num monte sobranceiro, na margem esquerda, podemos encontrar ainda vestígios de uma cidadela romana, com as suas cintas de muralhas e algumas calçadas. Terá sido um dos povoados mais importantes dos romanos, fundamental na defesa do seu território, devido à posição estratégica que ocupa, praticamente inacessível.
Sente-se que a terra é fértil, e há castanheiros e carvalhos distribuídos pelas encostas e junto ao Calvo, onde desaguam todos os caminhos. 
E há lendas de mouras encantadas, à espera do Príncipe, que lhes tire o encanto, ouvidas nos longos serões do frio Inverno, e transmitidas de pais para filhos numa corrente sem fim. Essas e outras lendas ainda servem para explicar os tempos antigos.
 Mas sentem e manifestam esse sentir, que há um Deus maior que guarda este vale e estas montanhas, cuja plenitude apenas os simples de coração podem conhecer. 

As urzes cobrem o chão dos caminhos, e é nesses caminhos que podemos encontrar uma pastora sentada ou um homem vigiando o seu enorme rebanho, tudo sereno como se fosse o princípio do Mundo. 
Algumas mulheres, as que tiveram a desdita de ficar viúvas, escondem, ainda, o rosto, em escuros lenços, tão negros como o seu coração, dizem.
E esta veiga, de terrenos férteis, onde homens e mulheres gastam os dias, para ganhar o pão de todos os dias,  rica em paisagens, no Inverno cobre-se de neve e dá aos terrenos uma brancura imaculada. 

E o Calvo, sempre o Calvo, correndo em leito apertado, cantando melodias, vai polindo as pedras que encontra no caminho. Sem pressas, sem atropelos, porque um dia há-de chegar.

































2 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito dona Graça. Eu conheço esse lugar e é mesmo como diz. Ana Maria

Anónimo disse...

lendas de mouras encantadas, à espera do Príncipe, que lhes tire o encanto, ouvidas nos longos serões do frio Inverno, e transmitidas de pais para filhos numa corrente sem. E o príncipe virá e vai levá-las no seu cavalo branco para a terra da felicidade.
Parabéns dona Graça. Maria