Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Na área envolvente da capelinha de Nosso Senhor dos Aflitos foram plantadas oliveiras




Na área envolvente da capelinha de Nosso Senhor dos Aflitos, recentemente, foram plantadas uma meia dúzia de oliveiras que, na minha opinião, não vieram melhorar o espaço. Nem melhorar nem embelezar. Para isso tiveram que arrancar um bonito arbusto que desabrochava em flores brancas, quando a Primavera estendia o seu manto perfumado. Esse arbusto fazia parte da história daquele bairro _ Bairro Alto ou do Senhor dos Aflitos. Foi plantado pela tia Rosa, Rosa da Albina ou Rosa do Abílio, pessoa que eu muito prezava e, ela e família, primeiros moradores do bairro. Esse arbusto devia ser preservado, porque guardava um pouco da memória desse bairro, e todos sabemos que a memória é um factor de estruturação e preservação da nossa identidade colectiva.
 As plantas, mais do que os humanos, convivem harmoniosamente, mesmo quando algumas invadem o espaço das outras.
 Não havia necessidade de abater o arbusto que, como disse, fazia parte da história do bairro, e, consequentemente, da história da minha terra.
 Depois, e há sempre um depois, as cabeças iluminadas que resolveram intervir na Capelinha, ainda tiveram a ousadia de dizer que o lugar passaria a chamar-se Jardim das Oliveiras. O espaço chamou-se, ao longo dos tempos, Capela do Senhor dos Aflitos e é assim que vai continuar a chamar-se, contra ventos e marés. Não podemos assistir, impávidos, ao degradar do património representativo  da religiosidade popular, mais concretamente, em relação aos pequenos monumentos saídos da imaginação e da devoção do povo.
 Como disse uma moradora do referido bairro, moradora há longos anos, pessoa inteligente, de resposta pronta e com sentido de humor _ Jardim das Oliveiras o c.....o! Que venham cá que eu digo-lhes onde hão-de meter as oliveiras.
Há ainda uma nota que eu queria salientar. Com que legitimidade, certas pessoas, tomam atitudes e decisões relativamente ao nosso património, sem que para tal sejamos consultados?
Este património pertence ao povo e é esse mesmo povo que deve tomar decisões, depois de ser ouvido, para qualquer tipo de intervenção. Assim, é que deve ser.
Assim, é que queremos que seja.







































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