Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Chama-se Cocheira



Chama-se Cocheira, este lugar, onde a EN 103 se cruza com a via que liga Lebução aos Ferreiros, aldeia que junto com Pedome e Moreiras constituíam esta freguesia. Pela remodelação administrativa a nossa freguesia incorporou Nozelos e Fiães
O palheiro, um marco de referência no local, na altura propriedade de Luís Praça, foi demolido para obras de alargamento da estrada dos Ferreiros.

O nome Cocheira advém, segundo informações dos mais velhos, do facto deste local ser ponto de paragem de coches, carruagens e diligências, estas visando o transporte regular e colectivo de passageiros e mercadorias, com locais de paragem definidos.
Na minha terra era este o local referenciado para a paragem desses transportes puxados por animais - cavalos e mulas.
E era uma festa, dizem, quando a diligência chegava, pois grande parte do povo concentrava-se na Cocheira para a esperar.

O meu pai teve uma dessas carruagens, grande auxiliar na sua actividade profissional - O Comércio.

Tenho na minha história familiar cinco gerações de bem sucedidos comerciantes que noutros tempos exerciam a sua actividade por troca directa de produtos, e numa loja que foi passando de geração em geração.
Relativamente à carruagem do meu pai quero referir que era conduzida por Baptista Lavrador, avô do Afonso, Lulu, Teresa, Patrícia, Teresa e Luísinha, Rita e mais, que eu não vou enumerar, como é óbvio. Pelo facto peço as minhas desculpas!

Mas vou falar dos serões passados na casa dos meus pais, na Fonte da Igreja, à volta da lareira e dos amigos. Baptista Lavrador, Valdemar Alves, Jonas Lavrador eram presenças assíduas e ajudavam a alegrar as noites longas de Inverno, diziam os meus pais.

E as histórias que se contavam, dessas noites de cartas e ... alguns copos!

Simplesmente hilariantes...



































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