Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Há uma coisa que desejo muito _ que a humanidade se deixe desconcertar pelo esplendor inexplicável de cada amanhecer




".... há uma coisa que desejo muito: que a humanidade se deixe desconcertar pelo esplendor inexplicável de cada amanhecer, que se conserve sem palavras perante o mar, como aqueles que pela primeira vez o olharam, que se sinta irresistivelmente atraída pela variação de cores, de volumes e de odor da paisagem diurna e nocturna, que estremeça ao primeiro contacto com a água, que mantenha a capacidade de espanto perante o modo como o vento arrasta as nossas vozes felizes na distância, que olhando do mesmo modo desprevenido a chuva, os campos alagados em silêncio, as coisas mínimas e amplas, o tráfico das nuvens, a disseminação das papoilas que nos campos se parecem com as palavras que sonham. Desejo ardentemente que a humanidade do futuro saboreie o embaraço por aquilo que permanece em aberto não por insuficiência, mas por excesso, e não se apresse em catalogar, em descrever ou aprisionar. Que a sua forma de compreensão seja outro modo de manter intacto (ou mesmo ampliar) o espanto.”

José Tolentino Mendonça


















































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