Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 7 de fevereiro de 2016

A sobrevivência de certas aldeias deve-se ao facto de manterem vivas certas tradições


A sobrevivência de certas aldeias deve-se ao facto de manterem vivas certas tradições, certos usos, certos costumes, que querem, e devem, transmitir aos vindouros. E se é verdade que muitas delas, dessas tradições, se têm perdido nesta fuga ao passado, que muitos tentam ocultar, não é menos verdade que certas tradições estão de tal maneira enraizadas na cultura do povo, que, dificilmente, serão apagadas da nossa memória colectiva.
É o caso do Carnaval, a festa mais animada e representativa do povo. É por isso que pouco tempo depois do Natal, começa a sua preparação, sendo tudo pretexto para uma reunião à volta da mesa _
é o Domingo Magro, o Domingo Gordo, as Comadres, os Compadres, o Sábado Filhoeiro... refeições confeccionadas, quase todas , à base das carnes de porco. Lá diz o povo:

"No Entrudo come-se tudo".

Estes excessos, em termos alimentares, antecedem um tempo de penitência e abstenção _ a Quaresma.
Hoje é Domingo Gordo, dia dum bom cozido com o melhor que o porco nos pode dar _ salpicão, linguiça, sangueira, orelha e focinho do tal animal, e tudo o mais que se possa imaginar.
Para não fugir à tradição, vou postar um registo que não é deste ano. Para mim. este Domingo, foi magro, como magra é a minha vontade de me debruçar à volta dos tachos e esquecer tudo o que me rodeia.













































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