Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 22 de março de 2016

Andam canções pelos ares ... pelas moitas e pomares





PRIMAVERA 

Diz que há festa esplendorosa 
Nesta província graciosa , 
A linguagem das flores ! 
A graça e beleza é tanta , 
Que cada vez mais me encanta ! 
A terra dos meus amores ! 

Quando as tintas matutinas 
Se vertem pelas campinas 
E vão em tudo descer , 
Morrem no céu as estrelas 
Por se acharem menos belas 
É outro brilho as vencer !

Andam canções pelos ares ... 
Pelas moitas e pomares 
Vai o lavrador cavando 
A leiva que dará pão 
Os gomos, em embrião 
Vão de galhos despontando .

Veste-se o campo maninho 
De congorsa e rosmaninho , 
De cores e tons tão diversos ... 
Na faina dos novos ninhos 
Revoam os passarinhos 
Por toda a parte dispersos .

As águas das penedias 
Os melros e cotovias 
Abrem doce melopeia . 
Penetra o sol nas umbrias ;
O bródio das romarias 
Já começou pela aldeia.

Heróica terra de Chaves ! 
Os teus poentes suaves 
Criam amor e saúde . 
E toda a grande harmonia 
Que só de ti irradia 
O coração nos invade !

Em ti , Veiga que rescendes,
Silfos , Faunos e Duendes , 
Andam juntos a bailar 
A rir freneticamente...
A mão de Deus , docemente ,
Só mimos sabe espalhar .

Aroma , luz e cadência , 
É toda a magnificência 
Do feérico festim ! 
Seria um sonho fagueiro 
Se a vida fosse um cruzeiro
De Primavera sem fim !

Artur Maria Afonso 
 In "Orações ao Vento "
















































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