Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Lenda de Santa Comba e do rei Mouro



O nome de Lamas de Orelhão vem de um rei mouro muito mau que viveu nestas terras há muitos e muitos anos. Dizia-se até que o rei Orelhão tinha uma orelha de gato e outra de cão. Portanto, não era só mau. Era mau e feio. 
Contam os antigos que nesse tempo vivia também aqui uma pastora muito boa e bonita chamada Comba, que costumava ir para os montes com o rebanho juntamente com o seu irmão Leonardo. Um dia o rei Orelhão viu-a e, como era bonita, tentou seduzi-la. Primeiro esperou que estivesse afastada de seu irmão, depois abeirou-se dela e disse-lhe:
— Quero que me venhas catar os piolhos. 
A menina, ao ver que se tratava do rei mouro, e como era ele quem ali mandava, obedeceu. Sentou-se então numa fraga e o rei encostou a cabeça ao seu colo para que o catasse. Estiveram assim horas e horas, pois o mouro, como estava a gostar do colo de Comba, já não queria sair dali. Até que adormeceu. Ela, ao vê-lo a dormir, desatou muito devagarinho o avental, pousou a cabeça do mouro na fraga e fugiu. 
Dali a nada o mouro acordou e, ao ver que a moça tinha fugido dele, montou no cavalo e foi em sua perseguição para a castigar. Ela fugiu, fugiu, e, ao sentir o mouro já perto, abeirou-se de uma grande fraga e disse: 
— Abre-te fraga bendita e salva Comba catita! 
E o milagre deu-se. A fraga abriu-se e a menina entrou nela, desaparecendo da vista do mouro. Este, numa última tentativa para alcançá-la, lançou contra ela a sua lança, que, ao embater na fraga, deixou lá um golpe tamanho que ainda hoje se pode ver. 
Entretanto, para tentar ajudar Comba, vinha já na mesma direcção o seu irmão Leonardo. Então o mouro pega, vingou-se nele. Só que o ódio era tanto, que não se limitou a matá-lo. Estripou-o. 
Mais tarde outros pastores foram achar as tripas do Leonardo atrás de um juncal. E nesse mesmo sítio nasceu uma fonte. A água é milagrosa. A fonte ainda hoje ali está e chama-se “Fonte de S. Leonardo”. E na fraga onde Comba desapareceu o povo construiu depois uma capela, que tem o nome de Santa Comba dos Vales.

Fonte Parafita, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas















































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