Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O sol cada vez mais pálido, mais esbatido, ia desaparecendo

                                     Foto de Ismael Teixeira


Havia uma lua, prestes a aparecer, brincando às escondidas com o sol. Encantada, estava a lua, com o ribeiro, com o reflexo das árvores e dos juncos esguios. Com os grilos, com as cigarras, e os seus cantares ao desafio.

Havia o silêncio, a paz, e os chocalhos do rebanho.

O sol cada vez mais pálido, mais esbatido, ia desaparecendo lá longe, para trás dos montes.

Agora só se ouviam as gargalhadas da menina, abraçada às ovelhas, que permaneciam paradas à espera do afago, das carícias, daquelas mãos pequeninas.

O dia, ia-se esfumando, lá para a serra de Santa Comba, enquanto nós, embebecidos, contemplávamos este quadro de rara beleza, iluminado pelos raios mortiços dum sol quase lua.

Lá longe, muito longe, os contornos dos montes, cada vez mais escuros.

Talvez não haja história para contar. Havia apenas uma menina, implantada na natureza. Tudo o resto, eram detalhes dum quadro, pintado pelas mãos do Criador.















































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