Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 2 de outubro de 2016


É como um poema que pinta a vastidão do horizonte de tons azuis, laranja, amarelos, no final de mais um  dia de Verão. Além dessas cores, a única coisa que se vê, ou se pressente, é o sol avermelhado, caindo, lentamente, na linha do horizonte e, a lua cheia, elevando-se, brilhante e majestosa.

É a hora mágica do crepúsculo, quando as ideias se soltam cruzam, e misturam. Vagueiam, elas, as ideias, e vagueio eu, pelos caminhos tortuosos e perfumados que me levam ao Vale de Couce, quando o dia está prestes a acabar. Voam, quando me sento numa pedra, a mesma que o meu Pai procurava quando ali subia, e formam outras, novas, pintadas de cores mais ou menos esbatidas.   É aqui o ponto de partida de uma viagem, quase sempre de regresso ao passado, em que as rotas e os caminhos são por demais conhecidos.  Uma das poucas viagens em que, seja qual for o lugar onde chegue, nunca terei a sensação de ter falhado o  destino. Há outras sensações que me envolvem e me apertam, doces memórias, ligadas a momentos únicos e irrepetíveis. 
 E lá estou eu a sussurrar este poema de hitomaro, poeta japonês...

 “Nos campos do leste,
  os raios rubros do so:l 
  já se fazem ver.
  Quando torno para trás
  A lua afunda no ocaso”.

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