Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Setembro desfolhou-se numa agonia lenta



Setembro desfolhou-se
numa agonia lenta
Com seu fato de troncos,
entre os dedos do vento
Tons vermelhos dispersos
na calma dos poentes
Eram lábios perdidos
que sugeriam beijo

Eu esperava Setembro
para voltar a ver-te
Para voltar a dar-te
os sonhos que eram nossos
Vestida de esperança
e na alma enamorada
Eu esperava Setembro
para voltar a ver-te

Setembro chegou,
vestindo flores silvestres
Com as frutas maduras
nos braços nus agrestes

Por todos os caminhos
te procurei sem ver-te
Os meus passos errantes
na terra perfumada
Eu esperava Setembro
para voltar a ver-te
Mas tanto procurei
que dei por mim sozinha

Setembro desfolhou-se
no silêncio das tardes
Entre os dedos do vento,
o meu amor desfeito"

autor: Jerónimo Bragança
















































Sem comentários: