Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 21 de janeiro de 2017

ALMARAZ E DONALD TRUMP: PERIGO NUCLEAR




Ambos podem poluir, contaminar, envenenar tudo o que os rodeia. O desastre é imprevisível, tal como são as consequências, desastrosas e irreparáveis.

“Nada pior que um louco com uma arma.” Esboço um sorriso, quando oiço a frase de um comentador da Cadena Ser, no carro. Ainda não tomou posse e Donald Trump já conseguiu desestabilizar o mundo. Sabemos que o multimilionário adora dar nas vistas, escandalizar, provocar, no entanto, na Casa Branca tudo muda de figura. Enquanto tento aquecer as mãos, numa Madrid soprada a frio polar, a discussão aquece na rádio, apesar de todos estarem de acordo. Trump tem, para além de língua afiada, um arsenal nuclear ao dispor e um jeito particular para cometer incidentes diplomáticos, tão poderosos e letais como um ataque químico. Em vésperas da tomada de posse já abriu fogo, em várias frentes: 


Saúda o Brexit e insta outros países da União Europeia a fazerem o mesmo, a promoverem referendos para se separarem do projeto europeu. Claro que desmantelar, enfraquecer a Europa é a melhor forma de destruir económica e politicamente qualquer "rival”;
Assegura que a Nato está obsoleta;
Acusa Angela Merkel de potenciar atentados terroristas graças à política migratória da Alemanha;
Atiça a ira dos palestinianos quando, em plena Cimeira do Médio Oriente, em Paris, faz saber que pretende mudar a Embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém;
Espicaça os mexicanos, continua a provocar o Presidente Peña Nieto que já assegurou que não vai pagar muro nenhum, a separar os dois países.
O diretor da CIA não poupa nas críticas mordazes ao Presidente eleito. John Brennan pede a Donald Trump para pensar antes de falar e lança um alerta, assegura que Trump não compreende a ameaça real que os russos representam para os EUA. O problema é que, ao que tudo indica, Donald terá o “rabo preso” e bem “preso” por Putin. Estará mais condicionado do que se sabe ou pensa.
Numa semana, marcada pelas decisões unilaterais de Espanha quanto à construção de um cemitério de resíduos nucleares em Almaraz, a menos de uma centena de quilómetros de Portugal, o mundo inteiro estremece perante os riscos da “loucura” de um único homem.

Em Espanha, Almaraz nem sequer é notícia. Não aparece nas páginas dos jornais. No encontro, no imponente Ministério da Agricultura e Ambiente de Madrid, só apareceu, para além da imprensa portuguesa, uma televisão e uma rádio regionais, da Estremadura. Portugal apresentou queixa em Bruxelas. Espanha não comenta.
Em nada me surpreende o desfecho. Sempre disse nas intervenções em direto, para os noticiários da RTP e da Antena 1, que seria quase impossível o Executivo de Mariano Rajoy voltar atrás, retroceder depois de dar luz verde às mais distintas etapas do processo, em vários ministérios e instituições estatais. Mais, questiono se, alguma vez, ponderaram a possibilidade de o fazer.
Quem ficou mal na fotografia foi o próprio Rajoy e o Rei Filipe VI. Em novembro, na Moncloa, o Presidente do Governo de Espanha garantiu a António Costa que tudo seria feito com transparência (e foi, mas sem consultar Portugal). Quanto ao monarca, por ocasião das cerimónias fúnebres de Mário Soares, reuniu-se com o Presidente da República a quem deixou a certeza de não existirem decisões unilaterais quanto a Almaraz. Terá sido mesmo esta afirmação que desbloqueou o encontro entre o Ministro do Ambiente português e a homóloga espanhola, contudo, as duas horas de reunião não serviram para nada e tanto as palavras de Mariano como as do Rei caíram em saco roto. 

Mesmo assim, deve ser mais fácil travar e desmantelar Almaraz, do que parar um homem que nem sequer se sabe comportar como homem, quanto mais como político e ainda mais como presidente do EUA. 
Quanto aos riscos de ambos, mantem-se o equilíbrio: são imprevisíveis, tóxicos e potencialmente letais.
Daniela Santiago




















































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