Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Depois de muitos anos, o tanque voltou à Praça




A Praça e o Tanque

Um dos lugares mais emblemáticos de Lebução, pelas histórias que guarda do passado e pelas vivências presentes é, sem dúvida, o Largo da Praça, Praça Cândido Sotto Mayor, ou, simplesmente, Praça. Hoje, é um espaço público, onde desaguam todas as ruas e ruelas, becos e canelhas, e todos os acontecimentos da terra, com contornos mais ou menos empolgados, ao gosto de quem os projecta e divulga.
Desde criança, que associo o tanque, a quem já lhe chamaram o emigrante pelos lugares que ocupou, à Praça e ao uso que as pessoas faziam dele. Era à volta deste tanque que girava a vida nesta terra, Os homens procuravam-no e, junto das suas pedras rijas, partilhavam segredos, concretizavam negócios e, também, faziam a partilha das águas que brotavam e brotam do Vidoeiro _ uma dádiva de frescura. As águas do povo, assim lhe chamam.
De Inverno, as pedras uniformes e regulares deste monumento, que alguns autarcas não souberam preservar, serviam de encosto aos mais velhos, onde bebiam as palavras junto com os raios de sol, que lhes aquecia o corpo e a alma.
As raparigas procuravam-no para namorar ou para arranjar namoro, quando, à tardinha, de cântaro na cabeça, iam ao encontro daquela frescura que saía a jorros, generosamente, das duas bicas.
Mas, e em todos os acontecimentos há sempre um "mas", chegou o dia em que o tanque disse adeus à Praça e aos seus moradores, a alguns, para sempre.
Para obras de calcetamento, foi retirado do lugar onde em 1935, no período da Ditadura Nacional, tinha sido implantado. Em seu lugar, colocaram um candeeiro _ uma modernidade balofa a substituir o tradicional, o que era nosso, o que nos identificava como povo, um monumento erigido à nossa ruralidade.
Passados que foram mais de trinta anos, o tanque, graças à política desta Junta de Freguesia, voltada para o Património, regressou à Praça.
Não foi tarefa fácil. Mas isso são contas de outro rosário.
As suas pedras _ A pedra, sempre a pedra, a marcar os nossos dias, a marcar as nossas vidas _ e as histórias que elas encerram, vieram dar mais vida a um espaço, considerado a sala de visitas da minha terra. E como eu me congratulo com esta obra, com esta magnífica obra, levada a cabo pela Junta de Freguesia da minha terra, a quem expresso a minha gratidão e dou os parabéns pela obra realizada.
Mais uma vez, digo:

É com gente assim que vamos lá!














































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