Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Enquanto a Primavera não chega



Enquanto a Primavera não chega, o nosso olhar pode alegrar-se com o tapete verde, muito verde, que cobre o chão dos lameiros. Aquele verde, tão forte e tão vivo, cola-se à retina e permanece nela como memória de outras Primaveras, e de mais uma, a que o Inverno vai dar lugar. Há tempos, há meses que a água não caía do céu, e a terra ficava cada vez mais seca. Os lavradores, desesperados, diziam_este ano vai ser de fome, nem as batatas vamos poder semear. 
Mas a chuva abençoou a terra, regou os campos sequiosos, deu de beber aos animais, e deixou o povo feliz. A água começou a correr por ribeiros, regos e regatos e os campos cada vez mais verdes, estão prontos para as mãos do lavrador.
Os castanheiros e as demais árvores permanecem nuas e, assim despidos, têm a aparência transparente de figuras desequilibradas, que o vento leva de um lado para o outro, brincando com a sua fragilidade. 

Não tarda, a paisagem vai transformar-se, quando as folhas cobrirem árvores e arbustos, refúgio de passarada. E aí sim, a vida volta ao campo. E o trabalho também.















































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