Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 28 de março de 2017

O simbolismo da cegonha branca




Segundo o folclore alemão, as cegonhas iam buscar os bebés a caves e pântanos e traziam-nos às respectivas famílias pendurados no bico. Como é que a cegonha sabia que determinada casal queria um filho? Simples…O casal deixava guloseimas para a cegonha no parapeito da janela!

O facto de a cegonha ser branca, cor associada à pureza, ser grande o suficiente para transportar um bebé e voar a grande altitude, que lhe permite percorrer longas distâncias, também contribuiu para o nascimento e persistência do mito. Aliado a isso, o facto de as cegonhas chegarem à Europa na Primavera, permitiu ainda conotar esta ave ao aparecimento da vida, renovação e renascimento.

Os cuidados parentais acentuados que as cegonhas prestam às suas crias ajudou ainda a que esta simbolizasse a maternidade. Acredita-se ainda que as cegonhas cuidam e alimentam dos seus progenitores quando estes já são mais velhos, pelo que se atribui a esta ave os valores de piedade filial (respeito pelos pais e antepassados). Na Grécia Antiga, foi até criada uma lei chamada “Lei da Cegonha”, onde os filhos eram obrigados a cuidar dos seus pais quando estes atingissem a velhice e punia severamente quem não a cumprisse. Os gregos viam ainda neste animal, algo sagrado, condenando à morte, quem matasse esta ave.

Mas nem tudo são conotações positivas. Um conto originário da Polónia refere as manchas pretas nas asas da cegonha como uma obra do Diabo, sendo esta ave ainda associada ao nascimento de crianças com deficiência, o que acontecia quando a cegonha deixava cair o bebé aquando do seu transporte, como vingança por pecados cometidos no passado pela família que a iria acolher. A postura natural da ave, muito esbelta e “de nariz empinado”, era ainda interpretada como demonstrativa de vaidade e presunção, no entanto, essa mesma postura, de apoio em apenas uma pata evoca a contemplação e a concentração.

Acredite-se no que se acreditar, a cegonha-branca é realmente um animal que nos proporciona, devido à sua adaptação aos humanos, momentos de observação que poucos animais proporcionam. Resta-nos aproveitar o facto de podermos partilhar o espaço com esta magnífica ave.

Tiago Neves, Bio3















































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