Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 18 de abril de 2017

O mistério do Cristo desenterrado



O mistério do Cristo desenterrado


[hoje, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios]

A capela do Espírito Santo, hoje implantada no campus da UTAD, em Vila Real, e um dos seus ex-libris, foi erigida no séc. XV, pela família Teixeira e Coelho, que formava nesse tempo um importante morgadio na região. Ficou então implantada no fundo do Campo do Tabolado (hoje Av. Carvalho Araújo), em apoio à casa do hospício, com camas para passageiros pobres com três dias de estrada.


Nada de especial sobre ela, até que, dois séculos depois, foi lá parar uma enigmática imagem de Cristo Crucificado. Esta imagem, segundo a tradição, havia sido oferecida pela rainha Santa Isabel à igreja de S. Dinis, situada na Vila Velha, onde, um clérigo visitador a encontrou maltratada e carcomida pelo tempo, pelo que a mandou enterrar. Valeu-lhe, porém, um jovem padre que, conhecedor do local do enterro, foi mais tarde desenterrá-la discretamente, mandando-a restaurar, para depois, por sua conta e risco, a colocar na capela do Espirito Santo. E, segundo as velhas crónicas, no próprio dia em que ali a colocou (10 de maio de 1664), uma mulher aleijada das pernas, que se movia “com o rosto nos joelhos”, bastou olhá-la, para, de imediato, ficar curada. A notícia correu célere e logo muitos outros aleijados de Vila Real e subúrbios ali foram também, e todos se curaram, ao que as lendas narram.

Fonte: Alexandre Parafita
















































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