Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 11 de maio de 2017

A minha Prima Luisinha Tavares é assim, como escreve






Prima Graça!!
Hoje é o teu aniversário, celebras mais um ano de vida!! 
Vida… palavra tão vasta, de difícil alcance quanto à sua autêntica definição. 
No fundo resume-se à existência de todos nós aqui na Terra, a uma passagem antes de rumarmos definitivamente ao patamar que tanto nos transcende.
Mas hoje celebra-se a vida, a alegria e a esperança, por isso não vou entrar em questões transcendentes que envolvem para uns o reencontro e para outros mais céticos o término.
Vida!!! 
Falaremos da tua e faço de forma imparcial e não tendenciosa, pois como tua Prima poderias de imediato pensar, que de ti gosto pelo que hoje é dia de mimo. Contudo sei sê-lo, até porque eu própria reconheço os meus erros e assumo-os, sem cobardia, só assim é que nos tornamos melhores e caminhamos para a perfeição humana que todos buscamos nesta missão que é a VIDA. 
Rica e recheada a tua, de experiências quer positivas, quer negativas, mas essa antítese que se verifica nas amplitudes emocionais contribuíram para o desenvolvimento e progressão do teu EU, da tua Pessoa.
Mulher que és, viveste a mocidade no tempo da outra senhora (como recorrentemente eu me refiro) e tiveste o privilégio para na 1.º pessoa e na linha da frente assistires a tudo, sem medos, nem receios. Não foram tempos fáceis para toda a sociedade e muito menos para o género feminino, cingindo sempre a sua missão a cuidadoras do mundo doméstico, sem voz, nem poder na tomada de decisões que também condicionavam as suas vontades. 
Vieste de uma pequena aldeia em plena região transmontana, em que o acesso à educação, à informação, simplesmente ao saber e cultura transportada nos livros, era inexistente; na dureza daqueles tempos, soubeste desde cedo agarrar a VIDA, sem comodismos nem medos, sabendo a exata missão que passaria por ter voz e dar a voz. 
As pedras nos carreiros que lentamente desbravavas eram muitas, mas a resiliência constante deu forma ao caminho e contra tudo, todas as opiniões silenciadas começaram a ser exteriorizadas pela Mulher Graça de Oliveira Gomes, que tanto a sociedade teimava em rotulá-las como figuras acessórias.
Trás-os-Montes, da terra fértil, das colheitas, fechado em si mesmo, usufrui do impacto do saber já tardiamente, não obstante pode vangloriar-se e colocar peito inchado de orgulho, pois apesar de desertificado, tem uma nativa que por aqui ainda reside, fazendo jus às suas raízes, sem vergonha de dizer que vem da terra das Mulheres enlutadas, de cabelos brancos, do cruxinho, das mãos de pele grossa escravas de trabalhos, sem unhas pintadas, sem adornos nem adereços, sem filtro, puras na sua plenitude. 
Essa nativa de nome Graça de Oliveira Gomes dá voz a essas mesmas senhoras sem as oportunidades que a sociedade rural da altura teimava em não lhes conceder, e num tom ecoante faz questão de afirmar que por aqui também há cultura e saber.
O “Reino Maravilhoso” como carinhosamente Miguel Torga apelidou o nosso recanto fronteira também tem colheitas de ouro. 
Os anos foram passando e hoje és sabedora do que falas. Como te digo sempre.. És mente aberta e muito à frente.
Como sei que és uma aficionada em fotografia, envio-te esta tirada por mim, nâo tem a qualidade das tuas, mas é uma paisagem como bem gostas, em que o rio corre e flui, como a vida, e tal como esta, também é adverso, e personificando-te no rio: quando a correnteza é hostil, também ele é destemido, nada o demove e flui .. flui até desaguar no mar que é a sua meta.
Deixa-me só referir uma citação que há uns dia li: “ A juventude é sempre bela, mas a essência e o caráter das pessoas é o que perdura e em idades mais avançadas é o interior que cativa.” O que deixamos é o que plantamos, pois a jovialidade efémera.
Muitos Parabéns!!! Diverte-te muito!! Um dia repleto de felicidade e cheio de mimo! 
Um Beijo Grande.
















































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