Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Castanheiros em flor



Pode parecer estranho estar a escrever sobre castanha em pleno Verão quando, habitualmente, associamos este fruto à chegada do Inverno. Veremos como podemos utilizar a castanha durante todo o ano.
Recentemente recebi o convite para participar no Festival do Castanheiro em Flor, promovido pela Confraria Ibérica da Castanha. No texto que anunciava o Festival podia ler-se “…no castanheiro surgem as flores masculinas, e cerca de um mês mais tarde as femininas. Umas e outras aparecem em amentilhos erectos ou sub – pendentes, com 20 a 30 cm de comprimento, mostrando alguma exuberância, grande beleza e, por vezes, exalando um cheiro peculiar, sobretudo quando em estado selvagem.” Com este texto fiquei entusiasmado e decidido a percorrer a área privilegiada para observação dos castanheiros em flor, e com a esperança de conseguir desvendar o mistério do sexo das flores (pelos vistos os dois sexos encontravam-se na mesma árvore, sendo estas “atacadas” de hermafroditismo). Claro que a Confraria prometia muito mais. Convém desde já dizer que a flor dos castanheiros aparece entre Maio e Junho, e o fruto anuncia-nos a chegada do Inverno com as Festas dos Santos, dia 1 de Novembro, e os magustos de S. Martinho a 11 do mesmo mês. Tenho a sorte de ser amigo da Maria do Loreto Monteiro, grande especialista nesta matéria, que me esclareceu e privilegiou a minha observação.
A Confraria pretende que este passeio, para observar os castanheiros em flor, sirva de ponto de partida para mais uma actividade de Turismo da Natureza que se deverá desenvolver em Trás-os-Montes. O “castanheiro constitui um elemento estético marcante formando comunidades arbóreas com forma e disposição peculiares, que, mesmo quando se olha de relance para uma paisagem rural, pode-se dizer em que tipo de região nos encontramos…. E que representam verdadeiro património paisagístico.”........


Fonte: Virgílio Ferreira Gomes


























































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