Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Esta chuva atrasada, meses, resolveu fazer a sua aparição


Esta chuva atrasada, meses, resolveu fazer a sua aparição. Deitei-me a pensar nela. Pensava que ainda não era desta. Mas quando acordei e ouvi aquele som da água a bater nos vidros, não tive mais dúvidas. Saltei da cama e vim abençoar a água que caía do céu, de mansinho, para regar os campos, apagar a maldade dos homens e matar a sede na terra.
Desci ao quintal, transformado num terreno seco, e as couves galegas, aquelas com que faço o caldo verde, riam, riam tanto que eu desatei às gargalhadas. 
A esta hora, já eu estava no quintal, o sino da torre da Igreja começou a tocar à Oração, a lembrar que o dia de trabalho vai começar. Hora de todos levantarem os olhos ao Céu e agradecer a bênção de mais um dia. Um dia chuvoso, mais fresco, como todos esperávamos ansiosamente.
Agora sim, temos à porta a época do Outono. Só não sei quanto tempo vai durar este Outono e, principalmente esta abençoada chuva, que continua a cair de mansinho.
Chegou tarde, esta chuva, e não pôde evitar a tragédia que assolou o nosso país. Mas é sempre bem vinda. Com que alegria foi recebida! Oxalá ela afogue o oportunismo de todos os que fazem chicana política à custa da desgraça alheia. Que arraste a falta de decência, de moral, de valores, de princípios. Toda a podridão em que o ser humano é capaz de se transformar.
É triste, é desolador ver o nosso país a arder. Ver pessoas apanhadas nessas chamas devoradoras.Ver a nossa floresta desaparecer. Ver a Mata do Rei quase consumida pelas chamas. Onde anda um novo D. Dinis para a reflorestar? Mas, não percamos a esperança de que um D. Sebastião, possa surgir, entre este nevoeiro de fumo, para reformar, de facto, o ordenamento florestal do nosso país, o que até então foi descurado por todos os governos e que o actual deve ter como prioritário. Há, porém, quem considere que a prioridade é demitir Ministros.
Como se essas demissões resolvessem o que quer que fosse. Valha-nos Deus!
















































Sem comentários: