Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 19 de março de 2018

19 de Março, dia do Pai, dia do meu Pai





Há um lugar que não acaba, na ânsia das palavras enlaçadas, nem desvia o seu percurso de longas madrugadas, e de tardes soalheiras, onde os velhos bebem o sol, lugar primitivo e absoluto. Lugar de partilha e de afectos, lugar eterno, se eternos podem ser os lugares.
Ensinaste-me a regressar e os meus passos perdem-se nos caminhos estreitos que tantas vezes percorremos. E quando já estou na Agueira, abro a memória dos dias, dos dias que vivemos, e mastigo essas páginas, esses sons, esses cheiros, que me levam até ti, Pai.
São coisas simples que procuro não esquecer. As coisas simples dos grandes dias que vivemos . 
Estamos aqui, sentados à sombra da nogueira de olhos postos na poça de água, onde as rãs saltam e coaxam. O vento assobia baixinho, imitando por vezes o canto de aves sobrevoando-nos, e eu à procura de ti, pai, olhando à minha volta, até o olhar se perder no azul violáceo dos Outeiros.
Os pássaros, sobre a nogueira, e os seus trinados pedindo-me que restitua a Agueira dos outros dias, onde tu, pai, estavas presente.

Hoje, ainda não é Primavera e eu passei a tarde na Agueira, com as tuas memórias. Regressei a casa com a alma lavada, Pai. Em paz e apaziguada.















































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