Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 22 de maio de 2018

Partiste para o mundo das estrelas, onde nasce o canto das aves




Tomam cor os caminhos, caminhos de Primavera, quase Verão, a cor das flores singelas, coloridas, sem nome, que dão vida à paisagem. Caminhos de muros fortes e singelos, disformes, onde as heras se amarraram, numa tentativa de os segurar à terra. 
Tomam cor os caminhos, nestes dias mais quentes, quando o sol se levanta mais cedo e arrasta consigo a passarada.
Tomam cor os caminhos, novamente, nesta Primavera, quase a dar lugar ao Verão, de dias grandes, que entram pelas noites e fazem as pessoas trabalhar mais e regressar tarde a casa.
Vagueamos por esses lugares coloridos, com sabores e cheiros de infância, ouvindo o silencioso tilintar dos chocalhos, que se movimentam nesses caminhos de solidão. 
Sons eternos, nas margens desses caminhos, trazidos pelo vento, pelo sol, pelo luar, pelas montanhas, pelas neblinas, pela chuva...
Canções de afectos, canções de embalar, pairam no ar, poisam nas montanhas mais altas, como sementes de sonhos, que o vento traz até nós.
E, nós, vamos, saboreando as palavras, mensagens de alento e esperança, que plantavas, e transformavam o meu mundo, eu que tive o privilégio de beber esse saber, essa calma, essa paz.
E na alma ficam as cicatrizes e as memórias desses caminhos que percorremos...
Hoje é o dia do teu aniversário, minha irmã, que há muito partiste para o mundo das estrelas, onde nasce o canto das aves.
E eu fiquei mais só.
Perdi o meu porto de abrigo, a minha mãe segunda, a mulher alegre, forte, segura, determinada, sensível, protectora.
Infinitamente só, assim estou, porque infinita é a minha saudade.















































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