Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

terça-feira, 29 de maio de 2018

Sedum, são plantas carnudas, adaptadas a ambientes muito secos e depauperados




...Espreitem com cuidado (recomendou o guia), ainda é um trambolhão respeitável. Estão a ver esses tufos de florinhas brancas agarradas ao muro? O feto é também um caso especial, mas deixemos isso para depois. A planta com essa flor branca, muito vistosa e geométrica (alguém trouxe lupa?), é de uma das 17 espécies de Sedum que existem em Portugal. São plantas carnudas, adaptadas a ambientes muito secos e depauperados, que colonizam rochas, muros e telhados, e chegam a refugiar-se nos separadores das auto-estradas. Em português é costume tratá-las por arroz, talvez porque as folhas miúdas pareçam bagas. Temos assim o arroz-dos-telhados, o arroz-dos-muros, o arroz-das-paredes. Só que há arrozes e arrozes. Este Sedum hirsutum, que tem as folhas e as sépalas cobertas por uma leve penugem, se houvesse justiça passaria a chamar-se arroz-à-moda-do-Porto. Estava eu muito longe de imaginar que ele pudesse ter sobrevivido às transformações da cidade e ao ar infecto que aqui se respira. Sem ser raro, nunca é abundante, e eu só costumava encontrá-lo nas rochas do Gerês e noutros lugares impolutos do norte do país.

Notem como a maior ou menor exposição solar faz toda a diferença. As plantas mais acima, viradas para sul, recebem sol o dia inteiro, e para elas o calendário de floração vai muito adiantado. Mais abaixo, por culpa do interposto Bairro Ignez, as flores vão ter que esperar uns meses. E estes fetos que não toleram sombra estão todos refugiados cá em cima.

(E com isso terminou a lição. Os que traziam máquina fotográfica debruçavam-se com algum perigo para captar uma macro das diminutas flores. Outros juntavam-se a conversar. Ao fim de algum tempo o grupo começou a dispersar-se, com pena de estas sessões de Botânica na cidade não acontecerem mais vezes.)
Paulo Araújo















































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