Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Hoje passei o dia, ou parte dele, em Faiões



Hoje passei o dia, ou parte dele, em Faiões. Fui almoçar a casa da minha prima, uma excelente cozinheira. Já a mãe, a Glória, fazia um assado num tacho de barro preto, em forno de lenha, de comer e chorar por mais.
Depois de almoçar fomos passear pelas ruas da terra da minha Mãe, a terra que ela tanto amava. Perdi-me por ruas e ruelas e fui desaguar junto da casa da tia Rosinha, uma parente da minha Mãe, uma das pessoas mais bondosas que conheci. A casa foi intervencionada e pouco resta da anterior, onde passei muitas férias e onde fui muito acarinhada por todos. Fui muito feliz, ali!
Como ia dizendo, depois de percorrer várias ruas, eis que me deparo com o que resta da casa da tia Rosinha. 
E lá estava o velho relógio de sol, altivo na sua singeleza, mesmo em frente à casa do Gadanha. As portas carrais já não existem. Lá dentro ergueram um modernaço edifício, que tornou o lugar mais estranho. Levantei os olhos para ver a varanda da tia Sureta, mas da varanda nem sinais.
Pela minha memória desfilam imagens, nítidas, assustadoramente bem delineadas. A tia Sureta, de vassoura em riste, a investir para nós, que batíamos no portão com toda a força da nossa pequenez, enquanto gritávamos _Sureta toca na corneta. 
Pronto, vou ficar por aqui. São tantas emoções que é difícil suportar.
Voltei de coração cheio. A minha Mãe sabe que a sua terra é minha, também.















































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