Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

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sábado, 19 de março de 2011

Porque hoje é dia do Pai




Hoje é dia do pai

E eu curvo-me perante todos os pais de todos os tempos e lugares: os pais de sangue, os pais de afectos, os pais emprestados, os que queriam ser pais e não são, as mães que também são pais, os irmãos que muitas vezes fazem de pai, os avós que desempenham esse papel como poucos.

Mas curvo-me, de um modo especial, perante o meu, o melhor pai do mundo.

Das recordações que eu guardo de menina, a figura do meu pai está sempre presente, com atitudes gestos e palavras que marcaram a minha vida.

Era um homem trabalhador, altruísta, honesto, íntegro, amigo verdadeiro, corajoso.

Sobre a sua coragem há um episódio, um triste episódio que abalou a nossa terra, teria eu uns quatro ou cinco anos.

Por volta das duas da manhã, um lavrador que ia dar de comer ao gado, ficou assombrado perante a imensa nuvem de fumo que saía da Igreja.

Depois do sino tocar a rebate, o povo estava todo no adro, munido de cântaros de água, mas era impossível entrar no templo, tal o fumo que saía de dentro.

O meu Pai, como sempre, procurou resolver a situação. Subiu ao telhado, por umas escadas que encostaram à parede, e ia derramando água sobre o foco do incêndio, água que outros homens lhe chegavam, numa cadeia que terminava nas mulheres, que acarretavam o precioso líquido das fontes mais próximas.

Demorou tempo até que o incêndio fosse controlado, um tempo interminável de espera e de angústia.

Eu, no colo da minha mãe, podia ver a aflição que lhe ia na alma, traduzida por palavras, dirigidas ao meu pai, pedindo-lhe que descesse do telhado, pois a qualquer momento ele podia desabar.

Mas o meu pai, só desceu depois de ter cumprido a missão, quando o incêndio estava totalmente controlado.

Ainda me lembro de o ouvir dizer:

Ardeu o Altar da Senhora dos Remédios. Não se pôde evitar.

Aí a minha mãe, com a presença do meu pai, pôde respirar de alívio... enquanto eu pensava:

O meu pai é o homem mais valente de Lebução. Só ele é que não teve medo do fogo!

O meu pai sempre foi e será o meu herói!



Uma palavra para o meu filho, para o excelente pai que tem sido.

Tenho um grande orgulho por ser o homem que é.



Um abraço grande para o Eurico que, hoje, completaria mais um aniversário.