Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Fui Ver a Neve Caía




A NEVE PÔS uma toalha calada sobre tudo.

Não se sente senão o que se passa dentro de casa.

Embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar.

Sinto um gozo de animal e vagamente penso,

E adormeço sem menos utilidade que todas as ações do mundo.


Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
















6 comentários:

Armando Sena disse...

Quase apetece perguntar, são as mesmas fotos da outra vez?
Este inverno tem sido pródigo em neve.

Graça Gomes disse...

Claro que não, Armando.
Estas saíram fresquinhas logo pela manhã.
Nem foi preciso sair de casa.

Anónimo disse...

A neve tomba espreguiça-se
Nos braços do vento malicioso...
Como dois amantes, abraçam-se
Num profundo amor silencioso!

Eu sinto e vejo com encanto,
Quão bela é a sensação
De que sós, neste pranto
Não ficamos... que emoção!

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
bonitas imagens e sábio poema de Pessoa!
Este inverno promete...
abs

Romeiro de Alcácer disse...

A visita ao Blogue convidou-nos, hoje, com este Post(al) a ouvir Salvatore Adamo cantar:

Tombe la neige
Tu ne viendras pas ce soir
Tombe la neige
Et mon coeur s'habille de noir
Ce soyeux cortege
Tout en larmes blanches
L'oiseau sur la branche
Pleure le sortilege
Tu ne viendras pas ce soir
Me crie mon désespoir
Mais tombe la neige
Impassible manege
Tombe la neige
Tu ne viendras pas ce soir
Tombe la neige
Tout est blanc de désespoir
Triste certitude
Le froid et l'absence
Cet odieux silence
Blanche solitude
Tu ne viendras pas ce soir
Me crie mon désespoir
Mais tombe la neige
Impassible manege.

....
ps.:o pior são as «associações» que «neve», «Lebução», «fotos do Blogue» e do mural»....
Catancho!....

Romeiro de Alcácer

Graça Gomes disse...

Lindo poema de Salvatore Adamo!
Como eu gostava de o ouvir, com aquela voz meio rouca, inconfundível.
Mas não tanto como gosto de ler os comentários feitos no blog "Lebução de Valpaços" pelo amigo Romeiro de Alcácer.
Volte sempre, porque será sempre bem recebido, como só nós, os transmontanos, sabemos...

28 Janeiro, 2011 05:51