Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.
É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.
Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.
Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.
A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".
A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.
7 comentários:
Nós, Portugueses, bem, os Normando – Tameganos que agora (neste tempo) esculpem com algum jeito, uns, sem jeito algum, outros, umas letras, depois aqui aparecidas com o «tipo» preferido, ou consentido, pelo ordenador, contamos Contos bem mais pequeninos dos que os de Autores consagrados. Contudo, os nossos Contos (Vossos, meus compatriotas - e, por isso, dizemos nossos) nada ficam a dever àqueles, quer na arrumação das frases, quer no encanto da história.
Somos dos que desfrutam prazer na leitura. E, daí, colhermos , às vezes, ricas delícias.
O Postal de hoje é um regalo.
Como gostámos, e gostamos, de o ler!
Ora «faxabor» de arranjar outro santo, não, a seguir tem de ser uma santa, se não ainda há «violência doméstica» lá no «Rancho» de S. Pedro, e de nos deliciar com outro Conto de Lebução, cheio de Graça.
Ou teremos de fazer mais barulho do que todos os chocalhos juntos, ofertados a Santo Antoninho?!
Tupamaro
Cara Profª Graça,
um regalo ler esta "estória"!
abs
Bonita esta tradição. Pena que, a tradição já não é o que era.
Abraço
Arminda
Na minha terra, para angariar fundos para as obras da Igreja, a Comissão Fabriqueira comprava um leitão (porco pequenino) e a alimentação deste, até ser grande e estar muito gordo, ficava ao cuidado da população que gostava muito de colaborar com a engorda do porco de Santo António.
Cada dia mudava de tratador, que o alimentava durante o dia, e à noite, ia dormir à corte, assim se chamava uma pequena divisão de uma casa, coberta e atapetada de palha para ele dormir confortavelmente. Em cada despertar de um novo dia, aparecia uma nova amiga a convidá-lo a sair e a ir almoçar e jantar a casa dela. Rua abaixo, lá ia ele de campainha ao pescoço a anunciar que ele era um convidado e um porco especial. Era propriedade da aldeia e crescia para benefício do Património Histórico da Aldeia.
Ah! a minha aldeia fica no Concelho de Boticas.
Parabéns pelo Blog.
No tempo em que eu vivia em Lebução, a minha terra a que continuarei sempre ligado, falava-se e assistia-se a essa disputa de matar o maior porco. Era uma honra para um lavrador com um certo brio.
Contava o meu pai que um carpinteiro de seu nome Nicolau tinha na pocilga um grande bicho, de fazer inveja.
Era vulgar chamar as pessoas para poderem admirar tão corpulento bicho e era grande o seu orgulho quando lhe diziam que seria o maior de Lebuçao.
Uma ocasiao foi lá uma vizinha e disse-lhe:
tens um grande reco Nicolau que st. Antonio to guarde.
Ao que o Nicolau respondeu de imediato e zangado.
Lembra-lho para ver se mo fode já.
Peço desculpa pela palavra mas a historia era assim contada.
Mais uma coisa:
Parabéns à Graça Gomes pelo grande trabalho que esta a fazer pela nossa terra.
Oa que estamos fora agradecemos muito.
Bjs.
Gostei muito de ler isto :)
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