Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 16 de março de 2011

Artefactos que caíram em desuso


Antigamente os objectos tinham a durabilidade dos materiais utilizados no seu fabrico. Quase todos concebidos e executados de modo a poderem exercer as suas funções durante anos, décadas e, até, séculos. Era um número muito limitado de objectos, os que então se utilizavam, infinitamente pequeno, se compararmos com os dos nossos dias.

Em certas comunidades camponesas, esses objectos, fabricados para durar vidas, ainda são utilizados, fazendo parte da cultura local. E eles, objectos, contam-nos a história dessas comunidades, a história das pessoas, do seu passado, do seu presente, das mentalidades.

Mas, a emigração, a saída dos mais novos, a saudade e as recordações dos que ficaram, pôs em risco os restos de uma cultura que tende a desaparecer.

Vamos fazer com que ela não desapareça das nossas memórias...




















6 comentários:

Anónimo disse...

O fogo vermelho crepita

Irradiando um doce calor

a velha senhora acredita

que sente o alívio da dor



a solidão fica mais quente

na casa pobre da aldeia

e quem é há muito ausente

vem de novo à sua ideia



Pais, filho, irmãos e marido

Todos já idos para o Além

Memórias com vida e sentido



na Magia que a lareira tem

que mesmo com tudo perdido

se sente o aconchego de Mãe.

Arminda disse...

Curiosos estes artefactos.Também tenho alguns. Os potes são da prima Laura de Pedome, certo?
abraço

João Ratão disse...

Lindos objectos, desde o açafate, como chamava a minha mãe as cestas sem asas, até ao almofariz, que servia para triturar ervas para medicamentos e mais, passando pelos potes de saborosos petiscos.
Tudo preciosidades doutros tempos que vamos guardar num cantinho dos nossos corações.

Anónimo disse...

Num cantinho sossegado,
Mesmo ali junto à lareira...
Fora um lobo em seu uivado!!!
Chama a sua companheira...

Cá dentro aconchegado,
Ao crepitar da braseira,
Num cobertor enrolado,
Está-se bem... desta maneira.

A meus pés, está um gatinho
Com o seu surdo ronronar,
Se espreguiça com jeitinho...

Se aconchegando melhor,
Para de novo "sonhar",
Pertinho... junto ao calor...

Anónimo disse...

Curioso e interessante como Blogues tão singelos como este inspiram para a poesia, seja lá o que for o tema de cada Post(al)!.

É por estas e por outras que nós estamos caidinhos pelos Blogues da Normandia Tamegana, e para eles reclamamos apoio, intervenção e reconhecimento pelo seu valioso contributo a favor dos méritos e prestígio da ALDEIA, da FREGUESIA, do CONCELHO ou da REGIÃO a que pertencem.

Bem, e os Blogues “Valpaceiros” são ricos e fartos em mostrar-nos motivos que fazem qualquer um dos mais pintados a ficar neles preso pelo beicinho.

Agora, até já nem é preciso porem aqui (ou ali noutro Blogue qualquer) as guloseimas que, de certeza, até deixais estragar (para raiva do nosso apetite, claro!), pois basta estas amostras onde algumas dessas «regalices» se aprontam para nos tentarem a ir por aí acima a cem à hora!

“Fartende-vos! Fartende-vos!”

Mas nos havemos de preparar um técnico-táctico «golpe-de- mão e de dente» para que nos calhe alguma dessas sortes!

E será acompanhado com um bom carolo da verdadeira e real «SÊMEA de LEBUÇÃO»!


Palavra de

Tupamaro

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
é importante preservar tudo aquilo que possa estar ligado à nossa cultura, à nossa distinta maneira de estar neste cantinho do nosso planeta. Mas, não esqueçamos o fundamental acervo imaterial da nossa cultura. Senão arriscamos a amputação de uma enorme parte da nossa memória colectiva.
abs
ps: belas imagens!!