Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 28 de abril de 2013

Artefactos que caíram em desuso - as talhas de barro




É do conhecimento geral que o barro foi, desde os tempos mais remotos,  uma importante matéria-prima para a produção de diversos utensílios ligados à actividade doméstica.
Há referências indicando a existência de oleiros  já no século XVI. Porém, o número destes artífices aumentou, consideravelmente, nos séculos XVII e XVIII, época em que o movimento industrial cerâmico teve grande incremento no nosso país.
Das diversas peças produzidas, a talha de barro é um elemento marcante nas casa das famílias camponesas. Este objecto, que tinha como função essencial ser o reservatório de água da casa, era da maior importância nas lides domésticas, servindo de apoio no dia a dia. Tinha lugar de destaque na cozinha, normalmente perto da porta. Era daí que se retirava a água, sempre muito fresca, para beber, para fazer as sopas, o chá, ou confeccionar outros alimentos.
Para impedir que a água fosse contaminada com impurezas, as talhas eram tapadas com simples tampas de madeira, com uma pega , ou com alguidares, onde, normalmente, se encontrava também um púcaro, que servia para retirar pequenas quantidades de água do interior, para beber na hora.

Elemento imarcante do património tradicional transmontano, a talha de barro pode, actualmente, ser encontrada em muitos lares de Lebução, não mantendo a antiga função de reservatório de água, no ambiente das cozinhas rurais, ainda existentes, mas adquirindo novas utilizações, nomeadamente a nível decorativo.



















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