Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.
É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.
Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.
Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.
A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".
A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.
terça-feira, 16 de abril de 2013
Nossas Cegonhas
A cegonha — tradicional arauto da primavera, de bebés e da boa sorte — há muito ocupa um lugar especial nos mitos e nas afectos do homem. O seu voo elegante, a sua afinidade com os povoados humanos, e o seu papel no controle das pragas agrícolas, contribuem para a sua popular imagem
Mas, o que a demarca da maioria das aves, é a sua fidelidade — fidelidade ao ninho, ao qual retorna ano após ano, fidelidade ao par, com o qual forma um vínculo para a vida. Efetivamente, o seu nome, em hebraico,significa “alguém fiel”, porque, como explica o Talmude, é uma ave que se distingue por tratar o seu par com afeição.
Graças a esta imagem popular, já lá vão cerca de duzentos anos, a cegonha tornou-se uma espécie protegida na Holanda e, segundo se alega, cegonhas domesticadas podiam ser vistas deambulando pelo mercado de peixes de Haia. Mais tarde, tornou-se a ave nacional da Alemanha. E, hoje em dia, em muitos povoados europeus, erguem-se estruturas adaptadas nos telhados para incentivar essas aves a fazer o ninho. As cegonhas são bem-vindas como vizinhas!
Entre nós, há uma grande protecção a esta ave migratória que, quando a Primavera se anuncia,
regressa dos países quentes , onde passou o Inverno.
Diz o povo na sua grande sabedoria que "Pelo S. Brás a cegonha verás, se a não vires mau ano terás".
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