Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.
É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.
Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.
Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.
A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".
A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Plantas que curam
O sabugueiro é, desde a antiguidade, considerado o guardião da saúde. O primeiro registo do uso desta planta, no meio medicinal, aparece nos escritos de Hipócrates, já lá vão 2500 anos.
No meio rural consideram o sabugueiro como uma autêntica “farmácia viva”. Isto deve-se ao facto de quase todas as partes deste arbusto serem indicadas para fins terapêuticos. Talvez, por esse motivo, na minha terra às flores de sabugueiro chamam "mézinhas".
Um pouco por todo o lado, este arbusto, é muito acarinhado e protegido, quer pelas suas características medicinais quer pelas lendas que lhe andam associadas.
Os espanhóis, mais propriamente, os catalães, chamam-lhe "árvore boa";
Os Açoreanos puseram-lhe o nome de "chá do bem fazer" à infusão que se faz com a flor seca do sabugueiro.
Os antigos achavam que dentro de cada sabugueiro morava uma curandeira que tinha sido morta na inquisição de forma injusta.
As diversas partes utilizadas são as flores, as folhas e os frutos maduros.
As flores de sabugueiro têm de ser secas. Diz o povo, para que as flores tenham efeito medicinal têm que ser colhidas na véspera ou no dia de São João, a fim de estarem abençoadas pelo Santo. E, diz a lenda, que, da sua madeira foi feita a cruz onde Cristo morreu. Isso porque ao espremer o fruto do sabugueiro escorre um suco de cor vermelho-sangue. Diz-se, também, que dá azar cortar um sabugueiro.
As flores têm taninos o que lhes conferem propriedades diaforéticas, isto é estimulam a sudação, sendo indicadas para combater estados febris. O efeito diaforético parece restringido apenas às flores e não a outras partes da planta. Quando se utiliza a infusão concentrada de flores faz-se sob a forma de gargarismo, isto no caso de afecções de boca e faringe. Para as inflamações e tumefacções utiliza-se em forma de compressas.
Não existe nada mais maravilhoso, dizem, do que um banho de imersão com flores de sabugueiro.
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