Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

S. Martinho - o santo que festejamos





A Lenda de São Martinho
[ou como a própria Natureza se rende ao velho mito…]

[Estes são os dias de São Martinho. A tarde de sol bem agradável de hoje e o dia que se adivinha para amanhã, após as chuvadas e temporais que vieram atrás, mostram bem como a Natureza ainda respeita o velho mito. Um mito muito bem explicado na lenda, que se conta de muitas maneiras. Vá-se lá saber qual a verdadeira. Aqui vai a versão que era narrada outrora em Sabrosa, às crianças, certamente para “prendê-las” à catequese e aos catecismos.]

Martinho, em novo, era um soldado romano, e nem sequer era cristão. Andava nas batalhas e lutava como os outros. Conta-se que, numa ocasião, ia com os seus companheiros a atravessar uma terra muito fria, com a chuva, a neve e o vento a bater-lhes na cara. Até os cavalos tremiam com o frio. Quando nisto, à passagem dos soldados, apareceu à beira do caminho um mendigo todo atrecido, que mal se aguentava vivo. Todos passaram e não ligaram. Martinho é que não. Deixou seguir os companheiros e ficou para trás para ajudá-lo. Cortou metade da sua capa e deu-lha.
– Ó pobrezinho, tome metade da minha capa, pois precisa mais dela do que eu! – disse-lhe Martinho, agasalhando-o.
Depois seguiu no cavalo atrás dos companheiros, que se riram da sua atitude, ao vê-lo só com uma parte da capa quando precisava tanto dela. Nesse instante deu-se o milagre. O temporal de frio e chuva acabou, e o sol despontou quente e agradável. Martinho voltou atrás para falar ao mendigo, mas tinha desaparecido. Diz o povo que o mendigo era Nosso Senhor. Perante tal milagre, Martinho converteu-se ao cristianismo, mais tarde tornou-se bispo e, quando morreu, ficou santo. E todos os anos, aos dias quentes que costumam vir nesta altura, o povo passou a chamar “Verão de São Martinho”.

(Fonte: PARAFITA, A. – Diário de Trás-os-Montes [www.diariodetrasosmontes.com], 11-11-2012)























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