Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Hoje é dia de Santa Luzia



O dia 13 de Dezembro é, no calendário religioso, dedicado a Santa Luzia, siciliana, protectora dos doentes com problemas de visão.
Em Vila Real, estes festejos, vivem-se com muita intensidade, principalmente pela juventude. Dos anos que eu vivi nessa cidade, e que eu recordo com muitas saudades, ficou na minha lembrança uma tradição, curiosa, associada ao dia de Santa Luzia.
Neste dia manda a tradição que as raparigas da cidade ofereçam o pito aos rapazes seus eleitos, para que no dia 3 de Fevereiro, dedicado, na liturgia, a São Brás, os rapazes, retribuam a oferta com a gancha.
Para que não haja confusões, convém referir, que o pito é um bolo com recheio de doce de abóbora e, a gancha, um rebuçado em forma de báculo bispal.
Com origem no antigo Convento de Santa Clara, os Pitos de Santa Luzia ganharam forma e paladar pelas mãos de Maria Ermelinda Correia, uma Irmã Imaculada de Jesus, que, segundo reza a história, era muito gulosa. Ora, sabendo a Madre Superiora de toda a sua gula, proibiu-a de comer todo o tipo de doces. A Irmã Ermelinda Correia, não conseguindo controlar a sua gulodice, criou um doce cuja forma se assemelhava muito com os pachos de linhaça com que tratava os doentes com problemas de olhos. E assim nasceu o Pito de Santa Luzia (padroeira dos doentes com problemas de olhos), uma especialidade com recheio de doce de abóbora e cobertura de massa de farinha, que é um dos ex libris de Vila Real.
E, como a tradição ainda é o que era, hoje, em Vila Real, as raparigas oferecem o Pito aos rapazes, sem pudor, e serão retribuídas, pelo S. Brás quando eles as brindarem com as saborosas Ganchas.





















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