Podemos refletir sobre Nossa Senhora em duas perspectivas:
O culto litúrgico realça o aspecto histórico à luz da revelação divina. No culto cristão comemora-se o dia da morte do santo ou santa, pois é o seu nascimento para o céu. A ressurreição para a vida eterna. Mas, em relação a três pessoas a fé cristã reverencia o dia do nascimento: Jesus Cristo (o Natal); Maria (a Natividade) e João Batista (festa junina). As datas são da tradição. Jesus mesmo qualificou o nascimento do primo: “É dele que está escrito: ‘Eu envio meu mensageiro à tua frente, para preparar diante de ti teu caminho. ’ Na verdade vos digo: entre os nascidos de mulher não apareceu ninguém maior que João Batista…” (Mt.11,10-11). Jesus não precisou deixar uma palavra explícita para darmos importância ao nascimento de sua Mãe. O grande significado da natividade de Maria está no que ela é dentro do desígnio de Deus. É a mãe do Verbo encarnado. Honramos nela aquele estágio ideal da história humana em que a bondade de Deus nos trouxe a aurora da salvação: Maria! Ela precede o Sol da justiça!
Os Santos Padres, nossos escritores mais antigos, já enalteciam a festa da Natividade de Maria tirando conclusões bíblicas e poéticas. São Pedro Damião escreveu: “A natividade de Maria é o dia em que Deus começou a por em prática o seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa antes que o Rei descesse para habitá-la. Casa linda porque, se a Sabedoria constrói uma casa com sete colunas trabalhadas, este palácio de Maria está alicerçado nos sete dons do Espírito Santo… Como celebraremos o nascimento de Maria, templo do Verbo encarnado?”
Outro escritor vê Maria como uma espécie de “arco de triunfo” ou a “porta triunfal” da entrada de Jesus na História. (Santo André de Creta, séc. 8º). Realmente, a devoção e o culto à Mãe de Jesus brotaram espontâneos na vida das comunidades cristãs desde a era apostólica. O aniversário de Maria é para a nós um espelho. Quando a invocamos vemos refletida a nossa identidade cristã naquela que foi a discípula mais perfeita de Jesus. Seu aniversário é nosso também!
Pe. Antonio Clayton Sant´Anna,
Sem comentários:
Enviar um comentário