Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Os amigos do Norte são os amigos mais amigos



Os amigos do Norte estão em toda a parte. São os amigos mais amigos que os desconhecidos podem ser. Muitos tornam-se amigos de verdade e alguns ficam para a vida inteira.

Estávamos em Altura a jantar bem na Chaminé quando um senhor se aproximou de nós para nos apresentar o pai e a mãe. Era uma família deconnoisseurs gastronómicos. Convidaram-nos para um jantar em casa deles, cozinhado pelo filho.

Os amigos do Norte não se limitam a trocar segredos. Conversa-se com eles. Cada minuto com eles parece um ano. Ao fim de 15 minutos de conversa é como se nos conhecêssemos há 15 anos. A generosidade deles é mais do que verdadeira. Quando convidam, convidam mesmo. Tanto mais que podem magoar-se a até ofender-se se o convite não for aceite.

Os convites dos amigos do Norte nunca trazem água no bico. Não só não querem nada em troca como conseguem disfarçar todo o grande esforço que fazem para nos receber como se não lhes desse trabalho nenhum e despesa muito menos. Conseguem, não sei como, convencer-nos que é mesmo assim. Que é um prazer. E é um prazer, carago. São uma combinação raríssima: desconhecidos, generosos e sinceros.

Mandaram-nos almoçar uma bela caldeirada no Capelo onde outros amigos do Norte nos mandaram para uma praia lindíssima, onde uma rapariga deu saltos para reaver os nossos bilhetes roubados pelo vento. Agradecemos e o pai dela disse logo, com a mãe a sorrir ao lado: "Gente do Norte é assim..."
Pobres são aqueles sem amigos do Norte.

MIGUEL ESTEVES CARDOSO






































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