Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 4 de março de 2018

A queda da ponte Hintze Ribeiro, a ponte de Entre-os-Rios, é a prova da incúria, do desleixo, do desprezo pelas populações do interior





Em homenagem aos que partiram e aos que ficaram


Foi há 17 anos e parece que foi ontem...
Era domingo. A noite parecia mais escura, chovia muito lá fora. Quando ouvi o " última hora" na TV não quis acreditar.
A queda da ponte Hintze Ribeiro, a ponte de Entre-os-Rios, é a prova da incúria, do desleixo, do desprezo pelas populações do interior, sem poder mediático. Foi um case study político e jornalístico. Foi a minha tese de Mestrado (ISCTE) que nessa altura me roubou, 100%, folgas, férias e fins-de-semana durante dois anos. 59 pessoas perderam a vida, 36 corpos nunca apareceram. Os familiares não conseguiram fazer o luto. Quando me desloquei à povoação de Raiva, ao lado do Douro, devorador neste acidente, nunca uma palavra fez tanto sentido. Nunca esquecerei a D. Palmira. Perdeu os filhos e os netinhos. Perdeu a alma, mas continuava viva, ali, a conversar comigo enquanto guardava, em cima da cama, o vestidinho com que gostava de sepultar a neta. Que descansem em paz... Que os familiares algum dia tenham paz...Daniela Santiago















































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