Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 9 de abril de 2018

A seguir à Batalha de Alcàcer Quibir, a Batalha de La Lys foi o maior desastre militar português




A seguir à Batalha de Alcàcer Quibir, a Batalha de La Lys foi o maior desastre militar português, por mais ilustrações de heroísmo que houve, a realidade é bem crua, triste.

Na história francesa e apesar de haver em Paris uma Avenida de Portugal há muito desconhecimento da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial.
Porém, o Corpo Expedicionário Português, com duas divisões, combateu na Flandres entre Novembro de 1917 e 9 de Abril de 1918, ocupou um sector da frente entre Armentières e Bethune, compreendendo um distância de doze quilómetros.
Portugal não quis deixar dúvidas de que estava empenhado em lutar ao lado dos aliados e para isso treinou e mobilizou para França uma divisão reforçada de 35 mil homens, sobretudo infantaria apoiada por artilharia de campanha, com a designação Corpo Expedicionário Português.
Esta força passaria mais tarde a duas divisões, num total de 55 mil homens. Em todo o conflito (de 1914 a 1918), Portugal destacou pouco mais de 105 mil homens (55 mil para o teatro europeu e os restantes para África, sobretudo Angola).
Em Janeiro de 1917, Norton de Matos, que em março de 1916 ocupou a pasta da Guerra e era partidário da intervenção de Portugal na Primeira Guerra, organizou em tempo “recorde”, conjuntamente com o general Fernando Tamagnini de Abreu e Silva, nascido em Tomar, a Divisão de Instrução em Tancos, da qual resulta o Corpo Expedicionário Português. Este episódio ficou conhecido como o “milagre de Tancos”.
O primeiro Corpo Expedicionário partiu em 26 de janeiro de 1917 para a Flandres. Uma vez declarado o estado de guerra pela Alemanha, a 9 de Março de 1916, o Governo de Afonso Costa tratou de acelerar urgentemente a preparação dos primeiros contingentes.

Portugal treinou e mobilizou para França uma divisão reforçada de 35 mil homens, com a designação Corpo Expedicionário Português
Até coxos seriam incorporados

Para aumentar a “produção” de soldados, a 24 de maio de 1916, o Ministério da Guerra mandou reinspeccionar todos os cidadãos com idade inferior a 45 anos e que tinham anteriormente sido declarados “não aptos”: e até coxos seriam incorporados.
E no tórrido estio da charneca de Tancos, em condições climatéricas totalmente opostas às que os soldados iriam encontrar no campo de batalha europeu, era finalmente dada por “pronta” a maioria das tropas submetidas a treino.
O Governo, “em busca da aprovação pública e do sossego dos soldados e das suas famílias”, chamou à preparação relâmpago dessas tropas “o milagre de Tancos”.
Mais de vinte mil homens, sob o comando do general Fernando Tamagnini de Abreu e Silva, desfilaram a 22 de Julho de 1916 na parada de Montalvo, literalmente ‘para inglês ver’.
Ao longo dos anos de 1917 e 1918 o CEP participou em vários combates. A sua intervenção ficou marcada pela Batalha de La Lys, travada a 9 de Abril de 1918, data prevista para a rendição do efetivo militar português.
Com material danificado pelo inverno de 1917, desmoralizado e sem reforços enviados de Lisboa, o contingente português foi submetido a uma forte barragem de artilharia e “atropelado” pelas divisões alemãs.
A 8 de Abril o comando do CEP era surpreendido com uma nova ordem que mandava proceder de imediato a alterações no sector à responsabilidade da 2ª Divisão portuguesa, conducentes à rendição de algumas unidades. E quando, ainda a 8, as primeiras tropas inglesas surgiram, a notícia da rendição próxima correu como um rastilho por todo o dispositivo português.
Foi durante o desenrolar dessa operação de substituição de forças, cuja fase intermédia decorria a 9 de Abril de 1918, que os germânicos, depois de uma intensa barragem de fogo de artilharia e de metralhadoras de que não havia memória, com várias Divisões, esmagaram a linha portuguesa, apanhando-a em contrapé.
Portugal perdeu 7.500 soldados em La Lys

As forças portuguesas perderam, entre mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros, 327 oficiais e cerca de 7.500 soldados, dos 721 e 20.359, respectivamente, que haviam entrado em combate.
Uma derrota humilhante – apesar da forte resistência dos portugueses e de algumas histórias individuais de heroísmo – que marcou o início do fim da participação portuguesa na I Guerra Mundial. Os efetivos ainda aptos do CEP foram posteriormente formados em três batalhões de infantaria, e integrados no exército inglês, no qual lutaram até ao armistício, em novembro de 1918.
A seguir à Batalha de Alcàcer Quibir, a Batalha de La Lys foi o maior desastre militar português, por mais ilustrações de heroísmo que houve, a realidade é bem crua, triste.
O CEP foi destroçado pelo exército alemão e inúmeros dos seus efetivos feitos prisioneiros. O que sobrou do CEP deu origem à formação de três batalhões que perseguiram a forças alemãs antes do Armistício.
Desde a entrada de Portugal na guerra até à assinatura do Armistício, a 11 de Novembro de 1918, Portugal mobilizou mais de 75.000 homens para a Flandres.
Fonte: Mundo Português















































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