Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Lenda de Santa Comba dos Vales




LENDA DE SANTA COMBA DOS VALES 

Esta lenda refere-se à pastora Comba que ascende à santidade. Passa-se em tempo anterior à fundação de Portugal, quando este território se encontra sob o domínio mouro.

Foi escrita pelo poeta António Ferreira (1528/1569) autor de “A Castro” e inspirada na vida trágica de Dona Inês de Castro. No ano de 1564 casou em segundas núpcias com Dona Maria Leite (após haver enviuvado) que era natural de Lamas de Orelhão, Mirandela, local onde recolheu todas as informações para a “História de Santa Comba dos Vales”.

Comba era uma bela pastorinha que, juntamente com o irmão Leonardo, apascentava os seus rebanhos. Dona de uma rara beleza, rapidamente despertou o interesse do Rei Mouro que reinava na região de Lamas, que por ela se apaixonou perdidamente. Porém, o rei era grande, membrado e feio, com uma orelha de asno e outra de cão, a quem chamavam de “Orelhão”.

A pobre pastorinha tremia de pavor a pensar no rei. No seu desespero implora a Deus a sua ajuda para permanecer pura e casta. O Rei Mouro roído de desejo ameaça a pobre da pastorinha. Esta, indiferente às súplicas e ameaças, refugia-se mais na dedicação a Deus. Ferido no seu orgulho, o rei persegue Comba de lança em punho. Perseguida e encurralada entre a lança e um penedo, a pastorinha implora pelo auxílio dos Céus. Miraculosamente, a fraga abra-se , recolhe a pastorinha e fecha-se numa manifestação de poder Divino.

Enraivecido o Rei vinga-se no inocente irmão de Comba, estripando-o e lançando-o a um charco. António Ferreira assegura que a ferradura do cavalo com que o Rei perseguiu a pastorinha, bem como a lança com que matou Leonardo, ficaram marcadas na fraga e a água em que foi lançado o corpo de Leonardo, tornou-se numa fonte milagrosa.
Fonte: Farol da Nossa Terra















































Sem comentários: