Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 17 de agosto de 2019

Entre, quem é, dizem os transmontanos quando alguém lhes bate à porta, espelhando, assim, a sua hospitalidade




Trás-os-Montes apresenta uma forma de organização da habitação concentrada e uma organização agrária comunitária.
“Entre, quem é?”, é o que dizem os transmontanos quando alguém lhes bate à porta, espelhando nesta expressão emblemática a sua hospitalidade. A cozinha da casa rural transmontana é a divisão essencial, é aí, que a família passa a maior parte do tempo em que se encontra em casa. Principalmente durante os longos períodos de Inverno rigoroso, a família transmontana reúne-se em volta da lareira, onde se alinham as panelas, com água para o banho, o caldo de legumes, petiscos fumegantes, água para o chá, etc. Ao lado da lareira está sempre um grande banco, o escano, um banco de madeira de costas altas, geralmente com lotação para quatro ou mais pessoas. O escano pode estar equipado com uma tábua móvel que serve de mesa, nomeadamente nas refeições invernais.

A varanda da casa rural transmontana é outro compartimento necessário ao convívio da família e é nesse local que esta realiza uma parte das suas actividades. Assim é na varanda que os transmontanos passam o serão a trabalhar e a conviver na época estival: dependuram os produtos agrícolas tais como, as cebolas ou pousam as abóboras e as castanhas; enxugam a roupa; quando ainda se fiava a lã e o linho, era muitas vezes na varanda que as senhoras o faziam; é na varanda que frequentemente se partem os vegetais para o caldo; estes são apenas alguns usos que esta divisão da casa rural transmontana pode ter.
A sala serve principalmente para receber as visitas nos dias festivos, por exemplo, o casamento de um filho.




































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