Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Em todos os actos religiosos desta terra, eu vejo o Chico, a carregar a Cruz ou as Lanternas


Esta minha veia a dar para o sentimento e este grande amor à minha terra e às suas gentes, levam-me, por vezes, a regressar ao passado nas memórias mais gratas e mais dolorosas.
Por altura da festa, que acabou há poucos dias, recordei, diversas vezes, um conterrâneo, que partiu há cerca de nove meses. Pouco tempo, para a família e amigos, que o recordam com imensas saudades! Pouco tempo, para se fazer o luto, duma perda tão sentida, duma dor tão profunda. Certamente sabem de quem estou a falar. Sim, do Francisco Carneiro, o Chico da Rita como era vulgarmente conhecido. 
Em todos os actos religiosos desta terra, eu vejo o Chico, a carregar a Cruz ou as Lanternas, numa demonstração de solidariedade, de amor ao próximo. Mesmo quando a doença se apossou dele, e lhe ia roubando as forças, o Chico marcava presença, num esforço bem visível, numa grande entrega e generosidade.
Tenho para com o Chico uma dívida de gratidão, que não esquecerei. Quando o Tio Paulino partiu, e isto aconteceu no Porto, onde vivia com a filha há mais de vinte anos, eu fui a casa do Chico pedir para levar a Cruz. Nem me deixou falar. Ele já estava preparado para tal, mesmo não sendo solicitado. 
São estes actos nobres que dignificam as pessoas, que as tornam Grandes, que as fazem viver para além da eternidade.




































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