Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.
É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.
Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.
Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.
A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".
A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.
7 comentários:
É por estas e por outras que este país, apagando as suas memórias, em vez de andar, desanda...
Oxalá os mais novos e os vindouros não permitam que se perpetrem acções desse tipo, doutra forma, a nossa história acaba, inexoravelmente, por se perder.
Bjs.
Celestino
Podes crer, Celestino. É assim que pouco a pouco vamos ficando mais pobres, com menos referências.
E, teimosamente, continuamos a apagar o nosso passado.
Estava a faltar esta. Esta escola onde a professora Graça já não foi minha professora, acabou por sê-lo no primeiro ano da nova escola.
Foi nesta, no entanto, que tive uma também distinta professora, a Dona Estrelita. Acabei por ser o último aluno dela nesta escola, em que a minha mãe tinha sido a sua primeira aluna. Curiosidades...Nesta escola sim, fomos todos muito felizes.
É verdade, Armando. Nesta escola fomos todos muito felizes. Na velha escola onde andou a tua mãe, onde eu fui aluna e, anos mais tarde, professora, e na outra, a modernaça, agora convertida em quartel de Bombeiros.
Ai que saudades, ai ai...Este edifício em cantaria aparelhada, foi frequentado durante quatro anos por este humilde Lebuçanense, recordo com saudades a Professora Adelina, era de Vila Real, quando fiz a 4ª classe foi transferida para outra escola, em todas as classes esta Senhora acabou por me ensinar...Bons tempos estes dos sete aos onze, sim dos sete, porque aos seis não eram todos que entravam na escola.
Uma última palavra para o painel de azulejos que tinha à entrada e que estava escrito (ou está?): Escola primária António Lima Sotto Mayor mandada construir pelo seu filho Jaime Sotto Mayor 1924.
Todos os alunos da escola sabiam de cor esta homenagem.
Um beijo
Afonso Carneiro.
Lembro-me bem dessa professora, Adelina, porque, inicialmente, esteve hospedada na nossa casa do lado. Nessa altura eu já andava no Magistério (Escola) em Vila Real.
Acho que já te disse que ela faleceu há uns anos. Nova, ainda.
Ora cá está uma coisa de que nunca me tinha falado, Graça.
Esta, eu não conheci, mas da outa, guardo boas recordações.
É impressionante ver a ligeireza com que se derrubam coisas funcionais e cheias de significado.
Modernices...
Beijos
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