Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Blog do Zé Maldonado


Naufrágio


Ergue-se a recordação da tempestade

E sobre mim chovem frias as lembranças


Cubro de rosas vermelhas

A minha própria tumba


Os pássaros bateram asas

Em debandada para o sul


Consumo-me no tempo

Naufrago de mim mesmo


Na hora do naufrágio lembro-me do beijo

Como um farol de promessa de sobrevivência


Sou náufrago da minha ansiedade

Promessa de minha embriaguez


Perdido na neblina nas muralhas de sombra

Caminho para além do desejo


Tu és a mulher que eu amei, e a que eu perdi

E é a ti nesta hora que evoco a ternura


É negra a solidão neste planalto, e é a ti

Mulher de amor que devo a ternura dos braços que me acolheram


Era sede e fome que saciaste

Desventura que venturaste


Mulher terra da tua alma

Cruz do meu pecado


Desfilam beijos pelas campas

E pássaros debicam uvas maduras


Beijos que mordem nos dentes famintos

Dos corpos entrelaçados


Foste meu destino e nele viajo

Naufrago de vontade


Marinheiro agarrado ao leme do navio


Já parti do cais da madrugada

Já se foi aquela estrela


Que os meninos de Trindade Coelho perseguiam….

Eh…! Boieira…..! Eh Boieira…!

....Quando voltas


Para poder ver este e mais poemas, excelentes poemas, siga esta ligação:

1 comentário:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
segui a sua indicação e, realmente, encontrei alguns bons poemas.
grato
abs