Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 14 de maio de 2011

Entrevista a FRANCISCO TAVARES Presidente da Autarquia Valpacense



“HOSPITAL DE VALPAÇOS – QUE FUTURO?”









Tribuna Valpacense – O hospital de Valpaços, demarcou-se nos últimos anos em inúmeras especialidades, fundamentalmente, na oftalmologia e ortopedia. Neste contexto, apesar de tratar-se de uma empresa eminentemente Espanhola, prestou um bom serviço à população. O que terá faltado para o entendimento entre as partes?

Francisco Tavares – Eu sempre valorizei o funcionamento do hospital da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, assisti aos acordos estabelecidos entre o Ministério da Saúde, a Santa Casa e a Lusipaços, na altura era um acordo a três e o Ministério tinha conhecimento do acordo firmado entre a SCMV e a Lusipaços. A Santa Casa da Misericórdia era a proprietária do Hospital e a Lusipaços a gestora, esse foi o acordo base que presidiu, e eu como convidado assisti à assinatura desse protocolo. Desde então o hospital funcionou com várias valências que foram aumentando ao longo do tempo. Inicialmente não tínhamos oftalmologia ou ortopedia, mas foram estabelecidos aditamentos ao acordo com o Ministério e essas valências vieram enriquecer o funcionamento do hospital. A unidade hospitalar estava a funcionar bem, a afirmar-se não só em Valpaços como na região. Havia muitas pessoas a procurar esta unidade de saúde, e isso era orgulho para o concelho. De um momento para o outro tudo isso ficou posto em causa, porque não houve entendimento entre a Santa Casa da Misericórdia e a empresa Lusipaços.


Tribuna Valpacense – Segundo consta, o acordo celebrado entre a Lusipaços e a Santa Casa da Misericórdia, em que a primeira geria, explorava e prestava os respectivos serviços de saúde, a passo que a segunda servia de elo de ligação entre a empresa e a ARSN, teria vigência até 2014. Na sua perspectiva, o que levou à agudização e consequente ruptura entre as partes?

Francisco Tavares – Essencialmente, por vontade da Santa Casa da Misericórdia não quis que a gestão da Lusipaços continuasse, mas também por imposição ministerial. O Ministério da Saúde fez a imposição de que a gestão dos hospitais das misericórdias, fosse este ou outro, teria de ser da responsabilidade das misericórdias, no caso concreto de Valpaços, a gestão teria de ser assumida pela Santa Casa da Misericórdia de Valpaços e não pela empresa Lusipaços. Entende-se que esta foi uma decisão do Ministério e, obviamente, teria de ser respeitada; a Lusipaços sabia isso e teria de acatar este entendimento, no entanto também tinha direitos adquiridos, nomeadamente, a duração por mais quatro anos de contrato, como tal não devia ser preterida nos seus direitos, sendo assim, teria de haver um acordo entre as partes no sentido de se resolver este diferendo. Esse acordo foi tentado, estive presente em muitas das reuniões no sentido de esbater divergências que havia entre as duas instituições, Lusipaços e Santa Casa, mas faltou entusiasmo e vontade para uma solução, que levou a uma situação de ruptura, que culminou com a interposição de uma providência cautelar interposta pela Santa Casa da Misericórdia contra a Lusipaços. A providência cautelar decretou a gestão do hospital à Santa Casa da Misericórdia e também os funcionários que integravam os quadros da Lusipaços passariam para a Misericórdia, cerca de 40 funcionários, o que agudiza ainda mais as más relações existentes.


Tribuna Valpacense - Há muita gente que justifica este desacordo com uma propalada “guerra pelo poder”. Como encara estas afirmações?

Francisco Tavares – Eu quero que as instituições do concelho funcionem bem, independentemente de quem esteja à frente, quero que sejam competentes e se envolvam nas suas funções com dignidade, isto espera-se da Santa Casa da Misericórdia como de outras instituições. Esta é uma instituição de bem, e não é a ambição de alguns que a pode por em causa.

Tribuna Valpacense – O Sr. Presidente tem sido um acérrimo defensor na manutenção dos serviços de saúde prestados pelo hospital e um pilar fundamental na mediação deste conflito. Um dos principais problemas que se levantam é em relação aos cerca de 40 postos de trabalho que estão em causa. O Tribunal do Trabalho já decidiu a posição laboral dos trabalhadores que passam a ser responsabilidade da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços. Que posição poderia assumir a autarquia caso não houvesse deferimento?

Francisco Tavares – A ideia que sempre tive é que os funcionários seriam parte da solução e não o problema. Sempre defendi que a Santa Casa da Misericórdia teria de assumir a gestão do hospital com os funcionários que aí trabalhavam. Quando me apercebi da decisão do Meritíssimo Juiz, pensei que a situação estava encontrada, ou seja a Misericórdia teria de assumir os funcionários que seriam garante de funcionalidade do hospital, alertei a Misericórdia que respeitasse a decisão do tribunal, mas não o quiseram fazer, agora voltou a ficar decidido pelo tribunal que isso teria de acontecer. Uma instituição como a Misericórdia não devia preterir os funcionários que trabalharam com dignidade no hospital e não é bom para uma instituição que se diz humanitária dispensar o pessoal de ânimo leve, sem respeitar os seus direitos.




Tribuna Valpacense - Numa reunião de Assembleia Municipal, o ex-director Clínico do Hospital de Valpaços, Afonso Videira, lançou-lhe um repto – Assumir os destinos da Santa Casa. Como se posiciona perante tal situação?

Francisco Tavares – Eu disse na altura quando essa moção foi votada com apenas uma abstenção que me sentia lisonjeado, porque confiaram em mim e sentiram que seria capaz de dirigir dignamente essa instituição. Mas disse na altura também que não iria para a Misericórdia para afrontar quem lá está, isso cabe à instituição decidir; se houvesse vontade dos responsáveis da instituição teria, por ventura, ponderado assumir o desafio, pela posição que eu defendo na vida social e pública e também pela defesa do hospital. Estou convencido de que tínhamos condições, e atendendo a que fiz parte das negociações com o responsável a administração regional de saúde, que as valências que funcionavam anteriormente podiam continuar a funcionar, com excepção de uma, mas que poderia ser resolvida com o apoio da Câmara Municipal, que é o caso concreto do SAP. Era com regozijo que via a continuidade do hospital, talvez com mais valências e impacto na região. Este era um desafio que tinha presente e não me importava de assumir como dádiva para o concelho e para a instituição. Não foi isso que aconteceu, nunca houve vontade por parte dos responsáveis da Santa Casa da Misericórdia e eu não vou afrontar ninguém. Sei que a vontade dos responsáveis da instituição é outra…

Tribuna Valpacense
– Relativamente ao SAP, sabe-se que o mesmo, actualmente, não é exequível, todavia, o Sr. Presidente, falou na possibilidade de assegurar o serviço de noite. Como se processaria tal situação?

Francisco Tavares – Nos contactos que eu tive com o responsável da ARS-Norte foi me dito que Valpaços perderia o seu Serviço de Atendimento Permanente (SAP), esta foi desde logo uma preocupação já que é o serviço mais sensível na comunidade. Depois de falarmos sobre essa matéria impôs-se o seguinte: que o SAP manter-se-ia até à meia-noite e da meia-noite até às sete da manhã a Câmara Municipal assumiria o pagamento a uma equipa médica que mantivesse as urgências durante a noite. Esta foi a proposta que esteve sobre a mesa e que foi aceite pelos responsáveis do Ministério da Saúde. O SAP é uma valência muito importante e gostaríamos que continuasse a funcionar. Neste momento simplesmente tudo se gorou.

Tribuna Valpacense - Como encarou as manifestações levadas a cabo pela população? Um grito de revolta? Há quem afirme que a própria população está a ser manipulada. Como encara estas afirmações?

Francisco Tavares – A população reconheceu que estava em causa o direito à saúde, e o funcionamento do hospital, e como não houve respostas revoltou-se contra a situação. Os funcionários também se sentiram preteridos dos seus direitos e colaboraram no movimento contra o encerramento do hospital. Falei de imediato com responsáveis do Ministério da Saúde que me garantiram que o hospital tinha condições para continuar a funcionar, com as mesmas valências. Não havia qualquer motivo para que deixasse de funcionar. Foi isso mesmo que eu fui dizer aos manifestantes, que aceitaram as minhas palavras como uma garantia. Essa garantia foi dada com base em informações que eu tive do Ministério da Saúde. Agora o certo é que não houve da Misericórdia o empenho para levar avante a aplicação dos acordos estabelecidos com o Ministério, tanto que a Misericórdia de Valpaços não foi chamada a renovar esses acordos. A Santa Casa da Misericórdia de Valpaços argumenta que está a fazer obras no hospital, mas não se vê a conclusão das mesmas. Custa ver uma Ala do hospital que podia ser aproveitada e rapidamente adaptada, e estão a fazer obras no que já “está feito”. Penso que o melhor seria aproveitar Ala e por o hospital a funcionar. Da parte do Ministério nunca houve qualquer tipo de posição contrária ao encerramento do hospital, o que houve foi uma má gestão de todo este processo e lamentavelmente o hospital não funciona, com muita pena minha e da população, e os responsáveis da Santa Casa da Misericórdia é que têm uma palavra a dizer sobre isso, sendo os únicos responsáveis da situação a que isto chegou.


Tribuna Valpacense – O que perspectiva para o futuro do Hospital e serviços de saúde do concelho de Valpaços? Será que algum dia se poderá chegar a um entendimento?

Francisco Tavares – Espero que haja bom senso da parte da Misericórdia e que tenha abertura para o processo. Não há razão para o hospital estar fechado. Os responsáveis da Santa Casa tem de moderar as suas atitudes, sentar-se à mesa com os responsáveis do Ministério da Saúde e da União de Misericórdias e que façam as obras rapidamente e restituam o hospital à comunidade, com todas as suas valências, é um imperativo concelhio.

Tribuna Valpacense – Na recta final do seu mandato este é um desafio importante e um problema que gostaria de ver resolvido?

Francisco Tavares – Naturalmente. A Câmara Municipal de Valpaços sempre manteve uma excelente relação com a Santa Casa da Misericórdia, ao longo dos anos construíu vários centros de dia e noite que colocou à disposição da instituição, como das IPSS’s, sem qualquer contra-partida, sinto-me defraudado, acho que deveria haver mais respeito pela Câmara Municipal, pela comunidade, pela saúde e mais empenho pela valorização do hospital, e isso não aconteceu. Os seus responsáveis ainda não sentiram reflexos negativos das posições que tomaram, estando toda a comunidade concelhia a sofrer com o resultado das suas atitudes.














11 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Presidente, deixo-lhe aqui um conselho (se me permite) - pode e deve continuar a abrir lares no concelho, mas por favor não os entregue ao All Capone e à sua seita.

Anónimo disse...

Eu subescrevo o comentário deste anónimo, mas digo mais, não entreguem a sua construção ao Conde da Betoneira D. António Sulfuros. Ainda fica com o material para o vender à ..... Em cheio!!!...

Luís Fernandes disse...

Uma entrevista interessante.

Oportuna.

Evidente.

Que pena que ainda haja quem tenha misericórdia para quem Tem, MAS NÃO SABE usar, a "MISERICÓRDIA"!

Ganhem o Futuro!

Mas não deixem perder o Presente!


Luís Fernandes

Anónimo disse...

Oportuna, nem por isso. Peca por tardia. O Sr. Presidente há muito que deveria ter falado. Falou, mas pouco adiantou. O Hospital está fechado e fechado vai continuar. Os tratantes lá continuam a fazer das suas, telmo farelos incluido. Agora há advogados do Porto, para que o farelos não de queime mais na praça... alguém disse e bem que esta gente precisa de ser corrida e está provado que é mesmo isso que tem que acontecer. Os Valpacenses vão ter que pegar na foice e fazer justiça, algo que não vem nos estatutos da confraria desta gente sem escrupulos e que hoje a noite terá mais um aval dos seus membros esclorosados para ali permanecer por mais uns tempinhos, geninhos, telminhos, gualtinhos, sousinhas, sernachinhos e uns quantos mais com capa de Miserícordiosos todos não passam de uma cambada de salafrários que pactuam uns com os outros.

O betoneira ainda tem alguma coisa para vender? que vergonha dr. Coelho Vasques, como pessoa que se deveria distanciar desta gente, fechar os olhos a tanta imoralidade e vigarice!!!!

Anónimo disse...

Comenta-se que o Geninho anda a arranjar mais irmãos. Até se fala num tal de Cardoso do Grémio. Parece que a Santa Casa de Valpaços tem os seguros, na companhia deste Sr.. Será que este tal, Sr. Cardoso, vai prescindir de assegurar a Santa Casa, para ser irmão. A ver vamos...

Anónimo disse...

Parabéns Sr. Eugénio Morais, pelas obras que fez no Hospital de Valpaços. Destruiu as urgências do Hospital, e fez nesse local a Secretária da Santa Casa. O Sr. tem feito obra, mas que obra... Agora além do Conde da Betoneira D. António Sulfuroso, acabamos de ser presenteados com o Bobo o Construtor.

Anónimo disse...

senhor presidente se quer acabar com isto, se quer acabar o mandato com o hospital, pegue nos vereadores, membros da assembleia e das juntas e no povo e vá lá resgatar o hospital que é do povo, foi feito pelo povo, eles que fiquem com a misericordia, queremos o hospital, valpaços deve tirar o hospital da miesricordia, isso sim seria bem feito, força sr. presidente

Anónimo disse...

O Largo da Misericórdia, está a precisar de uns sismólogos, para estudar os tremedouros que ali existem.

Anónimo disse...

O Provedor da Misericórdia de Valpaços, Sr. Eugénio Morais, recusou os funcionários da "Lusipaços" mas em compensação ficou com o POLIVALENTE, Dario Barros e companhia. É caso para dizer: diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!..

Anónimo disse...

os órgãos do Municipio estão a ser desrespeitados e ficam também descredibilizados pois tomam acções que não tem consequencias nenhumas... os senhores políticos afinal o que querem fazer? Já perderam a esperança no Hospital ou tem medo dessa gente? Dão se por felizes com mais uma clinica que vai abrir no hospital? é que hospital já não vamos ter, está visto, vamos ter uma clinica com consultas e isso ja se sabe que não falta por ai.

E os irmãos dessa instituição, serão tods anormais? quanto dinheiro já recebeu o dr telmo com toda esta palhaçada? e quanto vão receber agora os advogados do Porto? E quem paga ao dario barros que vive na casa da Dra Teresa Brandão? Este homem vive em Valpaços há muito tempo a troco de quê? E quanto custam todas as acções que santa casa tem a decorrer nos tribunais?

E porque se perseguem funcionários? E porque se atam velhos às camas?

E porque disse o sr. presidente da Câmara na ultima assembleia que um membro da segurança social lhe disse que a SCM era um caso de policia e ninguém faz nada?

As misericordias tem muito poder, mas a quadrilha vai cair, perdeu a vergonha e pouco se importa com isso, mas vai cair de podre...

Anónimo disse...

Sr. Presidente, chamo-lhe à atenção para mais uma manobra de diversão da Mesa Administrativa da Santa Casa. Portas do escadario do Hospital abertas, muitos funcionários e nada de utentes. Será por terem medo de serem amarrados com um lençol a uma cadeira..