Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Os Anjinhos os andores os Santos e as esmolas












































8 comentários:

Tupamaro disse...

Menina,

Ora fique a saber que este Blogue é visitado, com muito gosto, por gentinha que não conhece tão bem a "VALPAÇÁLIA".
Assim tenha a fineza de acrescentar a indicação da “cidade” onde se fez a Procissão.

Já agora, ao cabaz dos favores que pedimos, junte o da indicação do nome da Banda; o de dar os nossos Parabéns a quem arranjou os andores (o do santo - c'um raio! - está mesmo lindo!); e dizer ao «Anjinhos» que iam todos «com muita pinta»!

Bem, como já estamos habituados a esplêndidas reportagens, até quase nos esquecemos de felicitar a "Menina" por mais esta.

E como a reportagem não vem editada no «Boletim Municipal», esperamos que os eventuais visitantes «chaparutilhos», deste e de outros Blogues da “VALPAÇÁLIA”, se apercebam do interessante e encantador espaço que há entre as «Chaparutalhas» e os «Boletins Municipais».

p.s.: Não levem a mal a nossa falta de jeito em mostrar o apreço e o encanto pela VOSSA (NOSSA) TERRA.
[As «coisecas ò revés» são pra outros capítulos].


Tupamaro

Arminda disse...

Olá Graça:
Bela reportagem da festa da minha terra!
Beijinhos
Arminda

João C. Branco disse...

Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.

Anónimo disse...

Ai o Srº Tupamaro ainda duvida que este Blog é uma extensão do Boletim Municipal de Valpaços?
Procure ler o tal boletim e verá como está de acordo comigo.

Anónimo disse...

Então este blog não surgiu para preservar o identidade das gentes de Lebução? Esta terra também pertence a Lebução? .....

Anónimo disse...

Resposta ao anónimo de 19 de Agosto de 2011, o9:16:

Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.
Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Angulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.
Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.
Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.
Antônio Gedeão

Anónimo disse...

"A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal."

Graça Gomes disse...

Pois, o anónimo tem razão, mas a resposta já foi dada, por outro anónimo, com um belíssimo poema de António Gedeão.
E, agora, digo eu:
Em todos os caminhos que palmilhamos pode, e deve, haver, pequenos desvios, para dar mais sabor à jornada.
Se assim não for a caminhada torna-se demasiado monótona.