Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sábado, 15 de outubro de 2011

Os Meus Versos




Não basta ter-me dado nos meus versos:

pedem a carne e a pele, os inimigos.

Os olhos, dois postigos

de olhar o mundo sem ninguém me ver,

querem-nos entaipados;

e quebrados

os braços, que eram ramos a crescer.




Luto, digo que não, peço socorro,

mas saíu-me ao caminho uma alcateia.

Lobos da liberdade alheia

que me seguem os passos hora a hora,

sem que eu possa sequer adivinhar,

na paisagem do medo tumular,

qual deles salta primeiro e me devora.



(Miguel Torga)





2 comentários:

Armando Sena disse...

Belo post. Foto de excelência a combinar com a excelência do Torga.

Graça Gomes disse...

Olá, Armando!
Gostei das tuas palavras.
Um beijo.