Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lagares cavados na rocha - reminiscência do passado na técnica vinícola no Concelho de Valpaços



Adérito Medeiros Freitas, autor do livro Lagares Cavados na Rocha, e de mais uma dúzia de títulos que o Presidente do Município, Eng. Francisco Tavares, publicou, tem como objectivo “provocar dúvidas e interrogações” no que toca à divulgação e preservação do património.

“Sondar a história do vinho é conhecer uma civilização velha de milénios que continua viva”. A obra que dá a conhecer património concelhio, “Lagares Cavados na Rocha”, patrocinado pela Câmara Municipal de Valpaços, mostra 67 lagares localizados em 12 freguesias do concelho valpacense, onde se destaca a freguesia de Santa Valha com 21 “peças raras”. “Desde estruturas muito simples a estruturas mais complexas, onde um já muito evoluído sistema de prensa (torcularium) estaria presente, creio que de tudo haveria nos 67 lagares cavados na rocha do concelho de Valpaços”. (Eng. Augusto Lage)

A introdução da vinha no decurso da romanização é perceptível em alguns locais espalhados pelo concelho de Valpaços. Essa ocupação verifica-se, com mais frequência, na base dos castros ou castelos (romanizados), como comprovam os vestigios cerâmicos que abundam por esses sítios, mas, fundamentalmente, pelos diversos lagares cavados na rocha, provavelmente associados aos inícios da produção de vinho na região de Valpaços. A sua tipologia em alguns casos distinta demonstra o engenho no trabalho da pedra, a originalidade de quem os concebeu e executou, e, também, o estatuto económico do proprietário.

Nestes últimos tempos foram descobertos mais exemplares, três em Pardelinha, de características únicas, que irão enriquecer a segunda edição da obra já aqui referenciada - Lagares Cavados na Rocha, de Adérito Medeiros Freitas.

Para este achado muito contribuíu o empenho, trabalho, dedicação e conhecimento dos campos de Pardelinha, de Carlos Vieira, membro da Junta de Freguesia de Santa Valha, e Miguel Serra, natural e residente na localidade onde foram postos a descoberto mais estas jóias do nosso património.























3 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
nunca será demais ressaltar a importância do labor desenvolvido pelo Dr. Adérito Freitas no levantamento de património do concelho de Valpaços. Este lagar é fantástico!
abs

Eugénio Borges disse...

Uma das formas de preservar, valorizar e divulgar este importante e valioso património é precisamente esta. Este legado que o Prof. Adérito Freitas nos deixa tem que ganhar vida, sair dos seus livros e chegar às pessoas. Bom trabalho.

Anónimo disse...

Já enviei diversos e-mails à Autarquia de Valpaços e até hoje não obtive qualquer resposta! Onde posso obter a obra de Adérito Medeiros Freitas? Os lagares rupestres são a base temática da minha dissertação de mestrado em arqueologia e tenho todo o interesse em adquirir a obra daquele investigador, até porque adentro do assunto tratado me parece ser dos mais completos estudos realizados em Portugal.

Atentamente,
Luís Sousa
(luis.sousa2@sapo.pt)