Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Estamos no Vale de Couce



Sentei-me à sombra de um carvalho, depois de me ter perdido por caminhos estreitos, bordados de giestas e tojos, com um sol quentinho e envergonhado, um sol de Inverno, a esforçar-se para aquecer a terra.

Alarguei a vista e pude deslumbrar-me com a paisagem que os nossos olhos captam! Dos Ferreiros até à Castanheira, de Polide, até terras de Lomba, nada escapa ao nosso olhar atento...

O Vale de Couce era o local preferido do meu pai, já com muita idade e poucas forças. passava lá tardes, entretido a limpar ramos de pinheiros, para que crescessem direitos, dizia, e outras tarefas, que faziam do Vale de Couce um local agradável. Também havia convívios, principalmente na Primavera e no Verão, quando o tempo permitia um almoço no campo, a ouvir cantar a passarada e a água a correr por todo o lado. Da ementa fazia parte a salada de merujas, que nasciam em todos os regos de água, limpas, como limpa era a água que as alimentava.

Hoje o Vale de Couce, é uma imagem, uma pálida imagem, esbatida e desfocada, desses tempos.




























5 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
as memórias que nos trazem as nossas belas paisagens ajudam-nos a dar-lhes outros sentimentos.
abs

Armando Sena disse...

fotos muito boas. Uma profundidade tal, que permite por no mesmo plano, Lebução Ferreiros e Polide, pese embora a distância.
Embora em mau estado, há sítios onde sempre nos sentimos bem.
Acontece-me o mesmo em Lamadeiras. Não sendo já o que foi outrora, é sempre um lugar mítico e único.
Abraço.

Vitor Loureiro disse...

Sempre belas as nossas paisagens, transmontanas pois está claro.
Saudações

Antonio Silva disse...

Que saudades da minha terra e da minha casa!!!

Antonio Silva disse...

Que saudades da minha terra e da minha casa!!!