Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Quando o porco entra em cena



Sucumbiu o Outono nos dias gélidos de Dezembro, quando as árvores perderam as folhas e o gelo tomou conta das águas das poças e dos regatos. É o tempo certo para a matança do porco, que ano após ano, entra por Janeiro, se este for geadeiro e fresquinho, como convém, para curar as carnes.

Do dia da matança e da festa que lhe anda associada, convívio de familiares e amigos e de toda a tradição inerente, eu guardo na memória a luta do animal, antes de perecer às mãos do matador. Ficava boquiaberta com o trabalho que ele dava, a uns quantos homens, possantes, que iam caindo, perante as investidas do animal em fúria.

Essas imagens, porém, iam ficando cada vez mais esbatidas, diante dos petiscos a que o sacrifício dava origem - rojões, sangue de cebolada, fígado frito com alho e azeite...

Mais tarde, era o fumeiro que nos levava a pensar que tudo tinha valido a pena - as alheiras, as linguíças e salpicões, os azedos, as chouriças de sangue e as bexigas, cheias com costelinha e lombo.

Assados cozidos ou grelhados, mas sempre acompanhados por tenros e saborosos grelos.





















3 comentários:

José Doutel Coroado disse...

Cara Profª Graça,
"Quando o porco entra em cena"... aparece Trás-os-Montes no seu melhor!
abs

Armando Sena disse...

Só de olhara para isto, sobe logo o colesterol.
E depois? Vale a pena o mal que faz pelo bem que sabe.
Proponho elevá-los às maravilhas da gastronomia mundial.
Abraço

Anónimo disse...

São os paladares Transmontanos no seu melhor. A delícia dos enchidos a mostrar que no porco tudo é excelente.