Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 22 de julho de 2012

Festa de Santa Marinha nos Ferreiros

O culto a Santa Marinha, virgem e mártir de Antioquia, foi devido à sua origem oriental, um dos primeiros cultos a serem recebidos pela Igreja ocidental, aparecendo documentado na Península Ibérica desde meados do século IX. Festejado a 18 de Julho,é um culto muito popular também em Portugal, sobretudo na arquidiocese de Braga onde Santa Marinha é padroeira de vinte e três das suas freguesias e chegou a ser titular secundária do mosteiro de Guimarães. É orago de muitas capelas e simples lugares, não só na arquidiocese de Braga como em outras regiões portuguesas, como é o caso de Lebução, no concelho de Valpaços, onde no 3º Domingo de Julho é realizada, anualmente, uma festa em sua honra, figurando a capela de Santa Marinha de Ferreiros como uma das referências do património cultural e edificado desta freguesia.

Há, porém, outras Santas Marinhas, de vida mais ou menos lendária, que o espírito imaginativo de certos hagiógrafos fizeram nascer em Igrejas do ocidente. Vamos referir duas dessas lendas:
Uma, na Igreja de Orense, que reivindica esta santa como sua, já a partir do século XIII, mas, sobretudo, com a introdução do seu nome no Martirológio Romano de 1586.
Todavia nem tudo é claro nesta lenda, que não resiste aos críticos da hagiografia. Um autor espanhol - Flórez - prefere dizer que a Santa Marinha de Orense talvez fosse uma santa local, a que, por falta de legenda própria, adaptariam a de santa Marinha de Antioquia.
Outra, na Igreja de Braga, que também reclama esta santa desde o breviário de D. Rodrigo da Cunha, de 1634, que, apresenta santa Marinha como irmã gémea de mais oito meninas, todas mártires, filhas de Lúcio Atílio Severo, governador do território bracarense, e de Cálcia Lúcia, nobre romana, todas elas baptizadas e educadas pelo também lendário bispo santo Ovídio. Esta lenda foi mais tarde artisticamente enroupada por frei Bento da Ascensão, monge beneditino do mosteiro de Pombeiro, no ano de 1722.
Apesar de destituída de qualquer fundamento histórico, é esta a lenda admitida em quase todos os templos dedicados a Santa Marinha.

( Padre José Adilio Macedo.)
Fonte: Clube de História de Valpaços 

 


















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