Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O Pão nosso de todos os dias




Já é velho o ditado popular - Em Junho foice em punho, e do grão se faz pão, e em o vento soprando o vou limpando.
O calendário tem cada vez menos a ver com a execução das tarefas agrícolas, nomeadamente o da segada, até porque o tempo já não é o que era. Mas, quando as searas estão maduras, as segadeiras vão fazer o trabalho, que outrora era feito com a força dos braços de homens e mulheres.
Toda a azáfama se passava debaixo de um céu, onde o sol escaldante tornava o trabalho mais duro, mais penoso. Quem não se lembra do chiar dos carros de bois, os carros de bois "chiadouros," por esses caminhos de Vale da Cova, da Fonte Fria, das Maias ou do Penedo Velho, carregados de pão para a arca e de feno para os palheiros.
Toda esta labuta, toda esta canseira, para que nas casas da minha terra não faltasse o pão nosso de cada dia, o pão nosso de todos os dias, conseguido com o suor de muitos rostos.















Sem comentários: