Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Ó terra ficas sem jovens




Os novos emigrantes




Pedro Marques, enfermeiro português de 22 anos, emigra quinta-feira de madrugada para o Reino Unido, mas antes despediu-se, por carta, do Presidente da República e pediu-lhe para não criar «um imposto» sobre as lágrimas e sobre a saudade.
«Quero despedir-me de si», lê-se na missiva do enfermeiro portuense, enviada hoje a Cavaco Silva e que tem como título ‘Carta de despedida à Presidência da República’.
O enfermeiro Pedro Marques, que diz sentir-se «expulso» do seu próprio país, implora a Cavaco Silva para que não crie um «imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade» e apela ao Presidente da República para que permita poder regressar um dia a Portugal.
«Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia», lê-se.
Em entrevista à Lusa, Pedro Marques conta que vai ser enfermeiro num hospital público de Northampton, a 100 quilómetros de Londres, que vai ganhar cerca de 2000 euros por mês com condições de progressão na carreira, mas diz também que parte triste por «abandonar Portugal» e a «família».
Na mala, Pedro vai levar a bandeira de Portugal, ao pescoço leva um cachecol de Portugal e como companhia leva mais 24 amigos que emigram no mesmo dia
Mónica Ascensão, enfermeira de 21 anos, é uma das companheiras de Pedro na diáspora.
«Adoro o meu país, mas tenho de emigrar, porque não tenho outra hipótese, porque quero a minha independência, quero voar sozinha», conta Mónica, emocionada, pedindo ao Presidente da República e aos governantes de Portugal para que «se preocupem um pouco mais com a geração que está agora a começar a trabalhar».
«Adoraria retribuir ao meu país tudo aquilo que o país deu de bom», diz, acrescentando que está «zangada» com os governantes, porque o «país não a quer mais».
Pedro Marques não pretende que o Presidente da República lhe responda.
«Sei que ser político obriga a ser politicamente correcto, que me desejará boa sorte, felicidades. Prefiro ouvir isso de quem o diz com uma lágrima no coração, com o desejo ardente de que de facto essa sorte exista no meu caminho», lê-se na carta de despedida do filho de uma família de emigrantes que se quis despedir de Cavaco Silva.

Lusa/SOL








1 comentário:

Anónimo disse...

Cantar de Emigração
Adriano Correia de Oliveira

Este parte, aquele parte
e todos, todos se vão
Galiza ficas sem homens
que possam cortar teu pão

Tens em troca
órfãos e órfãs
tens campos de solidão
tens mães que não têm filhos
filhos que não têm pai

Coração
que tens e sofre
longas ausências mortais
viúvas de vivos mortos
que ninguém consolará

Parabéns professora Graça. Bjs

João Pires