Lebução fica situada em lugar alto e aprazível, na margem esquerda do rio Calvo, entre montanhas onde o tempo guardou riquezas e mistérios. A 25km da sede do concelho, goza de um clima de montanha com invernos frios, verões quentes e de paisagens deslumbrantes.

É uma aldeia tradicionalmente vocacionada para a agricultura (centeio, batata, castanha e vinho) e para o comércio de largas tradições. Em tempos remotos, Lebução, foi o centro das transacções comerciais de uma enorme área circundante, que se efectuavam por troca directa de produtos.

Monumentalmente, a Igreja abraça, do alto das suas torres sineiras, todo o casario disposto em anfiteatro e chama os fiéis à oração. É obra da renascença, de muros altos e bem alinhados, construção de uma só nave. O retábulo do altar-mor, é de apreciável valor artístico, com colunas salomónicas e motivos ornamentais e simbólicos, realçando as arquivoltas que guarnecem a abóbada polícroma da tribuna.O Orago da freguesia é S. Nicolau, mas a principal referência religiosa desta terra é Nossa Senhora dos Remédios, que tem o seu dia no calendário religioso - 8 de Setembro.

Aqui, como em todo o Nordeste de Portugal, usa-se uma linguagem oral, um conjunto de termos e expressões que, pouco a pouco, se vão perdendo com a partida dos mais idosos.

A hospitalidade está presente nas vivências diárias, marcadas por um espírito de partilha e solidariedade. A porta das casas de Lebução está sempre aberta para receber, à boa maneira transmontana, "quem vier por bem".


A ideia deste Blogue, surgiu da necessidade de preservar a identidade desta comunidade, aproximando todos os Lebuçanenses da sua terra natal.

A feira do Folar de Valpaços

domingo, 10 de março de 2013

Março igualaço tanto durmo como faço



Março igualaço tanto durmo como faço, a noite com o dia e o pão com o sargaço
Em Março, esperam-se as rocas e sacham-se as hortas.
Em Março, tanto durmo como faço.
Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.
Março, marçagão, manhãs de Inverno e tardes de Verão.
Nasce erva em Março, ainda que lhe dêem com um maço.
Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.
Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz.
Quando Outubro for erveiro, guarda para Março o palheiro.
Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso.
Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
Quem poda em Março, vindima no regaço.
Em Março, cada dia chove um pedaço.
Entre Março e Abril o cuco há-de vir. 
Janeiro geoso, Fevereiro nevado, Março frio e ventoso, Abril chuvoso e Maio pardo, fazem o ano abundoso.
Em Março, lua cheia  trovejada, trinta dias é molhada.
Março, marçagão, manhã de Inverno, tarde de rainha, noite corta que nem foicinha.
Março pardo e venturoso traz o ano formoso.
Vento de Março e chuva de Abril, vinho a florir.
O enxame de Março mete-o regaço.
Poda em Março, vindima no regaço.




















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